Seis funcionários da usina Angra 2, em Angra dos Reis, foram expostos a material radioativo e três apresentaram contaminação no último dia 15 durante a descontaminação de uma peça que teve contato com o reator da unidade. Todos passam bem, segundo a Eletronuclear. O secretário de Defesa Civil de Angra, Lucas Jordão Filho, disse que a prefeitura acompanhou as ações decorrentes do fato e que foi tranquilizada pela CNEN, sem ter sido necessário se manifestar a respeito.
Segundo a empresa, o técnico responsável por fazer a descontaminação do equipamento (por meio do esmerilhamento do material) esqueceu-se de fechar a porta da sala e de ligar o exaustor - que serve para carregar as partículas contaminadas para um local apropriado. Quando a limpeza da peça começou, partículas de material radioativo (uma mistura de materiais metálicos, inclusive produtos de corrosão) se espalharam no ambiente.
Equipamentos que monitoram a radiação da usina, espalhados em pontos estratégicos, detectaram a contaminação e dois alarmes foram acionados. Das seis pessoas que estavam próximas ao local, três apresentaram pontos de contaminação na pele, em níveis baixos, segundo a empresa. Os nomes dos atingidos pelo acidente não foram divulgados.
Eles passaram por um processo de descontaminação e foram levados para a unidade de tratamento da Eletronuclear em Mambucaba (distrito de Angra dos Reis) onde, ainda de acordo com a empresa, foram submetidos a um procedimento de contagem de nível de contaminação em todo o corpo.
Segundo o teste, eles estavam com índice de contaminação 15 vezes menor do que o permitido pelas comissões internacionais. Por isso, foram liberados e já voltaram ao trabalho. O acidente foi comunicado à Comissão Nacional de Energia Nuclear e à prefeitura de Angra. Segundo a Eletronuclear, constatou-se que não houve impacto para o meio ambiente, para os trabalhadores da usina e para o público em geral.
Texto ampliado às 20h12.