O almoço era feito no rancho, um espaço bem simples, mas com um potente fogão a lenha. Lá, meu avô fazia arroz, feijão e bife acebolado. Acho que nunca mais comi um arroz, com feijão e bife tão gostosos como aqueles. Tudo muito simples e rústico. Para beber, limonada com limões recém colhidos no pomar.
Os moleques da família; eu, meu irmão e meus primos fazíamos "guerrinhas" de limão e laranja podres. Uma vez, na falta de munição adequada, joguei um torrete de barro endurecido na cabeça de meu primo. Bateu com força e precisão e na hora o sangue jorrou, para desespero de minha mãe que cuidava de todos aqueles pestes.
À tarde buscávamos madeira seca, pedaços de pau de todos os tamanhos que conseguíssemos carregar e no terreiro entre o rancho e o poço d´água fazíamos elaboradas fogueiras. A senha para acendê-las era o anoitecer, com seus barulhos de sapos, cigarras e voos rasantes de morcego. O temor era o de molhar o lençol naquela noite, pois os mais velhos ficavam nos pondo medo: "Criança que mexe com fogo faz xixi na cama", assustava minha avó!
Não havia celular, computador, facebook, instagram, mas tinha coelhos que meu avô criava para a família comer, formigas, árvores para subir e morros para escalar. Havia a represa, que já era poluída na época, infelizmente.
Os grupos que cada vez mais aparecem em São Paulo, como as hortas comunitárias, os plantadores de árvores, protetores de abelhas nativas e tantos outros, mostram que não estou só nessa busca.
Por aqui quero mostrar histórias de gente que tem amor por plantas e pela cidade, com ações que deixam as metrópoles mais humanas.
Naturaleza: natureza e gentileza para uma vida urbana com mais qualidade!
Seja bem-vindo (a)!