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Não é crescer a taxas chinesas

Por Rodrigo Martins
Atualização:

Ao contrário do que se pensa, o conceito de sustentabilidade não foi criado há coisa de dois anos, quando o termo passou a frequentar páginas de jornais e revistas e também o discurso das empresas, geralmente como sinômino de preocupação ambiental.

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Sustentabilidade deriva da expressão 'desenvolvimento sustentável' , conceito lançado pelas Nações Unidas em 1987 - portanto, há mais de 20 anos - e que significa "o desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades" . Não se trata, porém, de crescimento ininterrupto a taxas chinesas - o presidente Lula gosta de usar a expressão de modo incorreto em seus discursos, como no anúncio do PIB do trimestre, ontem.

O conceito nasceu como uma crítica ao modelo de desenvolvimento adotado pelos países industrializados e reproduzido sem maiores questionamentos pelas nações mais pobres. Ressalta os riscos do uso excessivo dos recursos naturais sem considerar a capacidade de suporte do planeta. Com o crescimento da população mundial - a expectativa para 2050 é de 9,2 bilhões de habitantes, a maior parte deles na banda pobre - ou 'emergente' - do mundo. Resta saber se haverá água, e ar respirável, e energia, e comida, para atender a todos.

Mais recentemente, na década de 1990, no meio empresarial cunhou-se e a idéia do 'triple bottom line' na gestão. Ou seja, para uma companhia ser bem-sucedida não bastava ter o 'bottom line' (a linha de baixo do balanço contábil, que mostra lucro ou prejuízo) positivo e sim ter alcançado satisfatoriamente o tripé crescimento econômico-ambiental-social.

E a sustentabilidade entrou com força no discurso empresarial. Para o bem ou para o mal. Às vezes com alguma consistência, e muitas outras vezes só como marketing vazio.

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