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Empresa nacional investe menos em meio ambiente

As empresas brasileiras investem menos em meio ambiente do que a média internacional. Fora do Brasil, o setor privado investe cerca de 2% do seu faturamento em tecnologias sustentáveis. No Brasil, a maioria - 54 % das empresas - aporta até 1% das receitas em tecnologias. Em 27% das empresas, o total investido oscila entre 1% e 3% das receitas.

Por Rodrigo Martins
Atualização:

Os dados constam do estudo "Tecnologias Sustentáveis no Brasil", realizado pela consultoria alemã Roland Berger com dois objetivos: o de mapear o tamanho da indústria ambiental no País, que inclui setores de saneamento, controle de poluição e energia limpa, entre outros; e de avaliar o interesse das companhias brasileiras em investir nessas tecnologias. Foram ouvidas 100 companhias de todos os portes no último trimestre de 2008.

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De acordo com Thomas Kunze, coordenador do estudo, existe interesse das empresas para investir em melhorias ambientais. No entanto, elas esbarram em barreiras como o alto custo das tecnologias limpas e a falta de acesso a conhecimento técnico sobre o assunto.

"Para 32,5% das empresas pesquisadas, os custos das tecnologias ambientais ainda são incompatíveis com sua realidade", afirma Kunze. Já o acesso ao crédito é um empecilho para 17,5% das companhias. Para 39% delas, a crise financeira é um fator de adiamento dos investimentos em sustentabilidade no biênio 2009-2010.

Setor ambiental vai crescer mais que automobilístico

O segmento de tecnologias ambientais movimenta US$ 16,9 bilhões no País e tem potencial para crescer 7% ao ano ano até 2020, quando deve alcançar uma receita de de US$ 25,4 bilhões. "O setor de sustentabilidade tem potencial de expansão maior que indústrias tradicionais, como automotiva e química", avalia Thomas Timm, vice-presidente executivo da Câmara Brasil-Alemanha, que encomendou o estudo. Segundo ele, o Brasil já possui um indústria ambiental consistente. "Mas falta avançar em áreas como saneamento, água e gestão de resíduos."

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De fato: o Brasil possui apenas 51% dos domicílios coletados à rede de esgotos. Não se trata de tratamento, e sim de coleta. Europa e América do Norte, esse índice fica acima de 90%.

 Foto: Estadão
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