Entre os negociadores presentes na conferência, a sensação foi de surpresa e de incredulidade. "O segmento de alto nível começou ontem, quando os ministros chegaram para a conferência para tentar fechar as negociações, e demitem o ministro do meio ambiente? Não podiam esperar uma semana para fazer isso?", desabafou um negociador latino-americano.
"A liderança de Korolec como presidente já não estava muito boa, só pode piorar com esse esvaziamento público de poder", disse Silvia Dias, observadora em negociações climáticas pelo Vitae Civilis.
Para várias delegações e organizações não-governamentais é uma mensagem de que o governo polonês não está ligando muito para a negociação -- sensação que só piorou desde que a COP começou por conta da dependência de carvão para produção de energia. Tusk justificou a troca por Maciej Grabowsli, ex-secretário executivo do Ministério das Finanças, para acelerar as operações de gás de xisto, alternativa bem menos poluente que o carvão, mas ainda assim um combustível fóssil.
Korolec só fez um pronunciamento à tarde na conferência, mas não quis responder a perguntas da imprensa. "A presidência polonesa da COP se mantém sem mudanca", disse. Ele explicou que a saída do ministério será formalizada na quarta-feira que vem. "Depois continuarei meu trabalho como secretário de Estado responsável por política climática. Agora serei capaz de me concetrar totalmente no processo das negociações climáticas", continuou. "A presidência se mantém sem mudanças e esperamos por seu sucesso", disse.