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Mais 31 países ratificam o Acordo de Paris; entrada em vigor está próxima

Agora chegou a 60 o total de países que aderiram ao acordo que visa à redução de emissões de gases de efeito estufa a fim de conter o aquecimento global

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Por Giovana Girardi
Atualização:

Mais 31 países ratificaram nesta quarta-feira (22) o Acordo de Paris - que prevê o combate às mudanças climáticas -, e a expectativa é que ele entre em vigor até o final do ano. A adesão ocorreu em cerimônia especial convocada pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, durante a Assembleia Geral da ONU, em Nova York.

Ban Ki-moon, com a ministra do Meio Ambiente da França, Segolene Royal (centro), e a secretaria executiva da Convenção do Clima, Patricia Espinosa. Crédito: Carlo Allegri / Reuters Foto: Estadão

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Com isso, chegou a 60 o total de países comprometidos com o acordo. No meio da nova leva está o Brasil, que tinha anunciado a ratificação na semana passada, mas que só fez o "depósito" do termo junto à Convenção do Clima da ONU hoje. Juntos, os 60 países representam 47,76% das emissões globais de gases de efeito estufa, responsáveis pelo aquecimento global. Para ter força de lei, é necessária a participação de pelo menos 55 países , representando 55% das emissões.

A primeira parte da regra já foi alcançada. Agora com a entrada de alguns poucos países já será possível fechar a segunda parte. Durante a cerimônia, mais 14 nações, responsáveis por 12,58% das emissões do planeta, também informaram que vão se juntar ao esforço global, dependendo apenas de finalizar seus processos internos de aprovação. Isso confirmado, o acordo entra em vigor até o final do ano. A expectativa é que isso possa ser anunciado durante a próxima Conferência do Clima, que será realizada em Marrakesh (Marrocos) entre 7 e 18 de novembro.

"Este momento é memorável. Às vezes leva anos ou mesmo décadas para um tratado entrar em vigor. Passaram apenas nove meses desde a conferência do clima em Paris. Esta é uma prova da urgência da crise que todos enfrentamos", disse Ban Ki-moon.

Na prática isso significa que o mundo vai começar a fazer seus planos para implementar ações que possam reduzir as emissões de gases de efeito estufa a fim de limitar o aumento da temperatura média do planeta a menos de 2°C até o final do século, com esforços para ficar em no máximo 1,5°C, conforme acordado em dezembro do ano passado na Conferência do Clima da ONU, em Paris.

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Em contribuição ao acordo, cada país apresentou suas metas internas, as chamadas INDCs, que apresentam com quanto cada um pode colaborar em termos de redução das emissões. A conta, por enquanto, porém, não fecha com a meta final. Somados todos esses esforços, o mundo ainda segue num rumo de aquecer em torno de 3°C até 2100. E enquanto isso o planeta continua aquecendo. A expectativa é que 2016 bata pelo terceiro ano seguido o recorde de ano mais quente.

A rápida entrada do acordo em vigor é desejada porque dá mais tempo para que os países possam começar a se planejar para implementar seus planos de ação e também para tornar mais ambiciosas suas próprias metas a fim de conseguir conter o aquecimento.

"É um um sinal claro da determinação dos países em implementar Paris agora e aumentar a ambição ao longo das décadas para vir", afirmou Patricia Espinosa, secretária executiva da Convenção do Clima da ONU.

Ela lembrou que ainda muitos aspectos precisam progredir. "Desde o desenvolvimento de um livro de regras para operacionalizar o acordo, até a construção de confiança entre os países em desenvolvimento de que os US$ 100 bilhões prometidos a eles pelos países desenvolvidos estão verdadeiramente em construção", complementou Patricia.

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