Giovana Girardi
25 de março de 2014 | 03h54
“Os impactos das mudanças climáticas que já estão acontecendo são muito evidentes, estão disseminados e têm consequências”, alertou na manhã desta terça (horário do Japão), o pesquisador Chris Field, da Carnegie Institution e um dos co-chairs do Grupo de Trabalho 2 do IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas).
Ele falou durante a abertura da sessão de discussões que ao longo de cinco dias vai finalizar o “Sumário para Formuladores de Políticas”, a única parte não técnica do relatório, que conta com a participação de representantes dos governos. O relatório, que trata de impactos, vulnerabilidades e adaptação, vai trazer com mais detalhes como cada região do planeta pode ser afetada. E um puxão de orelha: “Se você olhar em todo o mundo os danos que foram provocados por uma ampla gama de eventos relacionados com o clima, é muito claro que não estamos preparados para os tipos de evento que já estamos vendo”, disse Field.
Ele defendeu que o relatorio é “cientificamente ousado” ao “enquadrar a gestão das mudanças climáticas como um desafio da gestão de riscos”. “Como podemos combinar medidas de adaptação e mitigação, para construir não só um mundo mais bem preparando para lidar com as mudanças climáticas, mas fundamentalmente um mundo melhor”, disse.
Field comparou ainda o IPCC a uma torre de sino, em vez de somente a um sino que dá um alerta. “Seu papel não é tanto a tocar a mensagem da mudança climática, mas elevar a comunidade, dando a todos a chance de ver mais longe e de forma mais clara a partir de uma grande altura.”
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