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'Apontar erro no Inpe não significa que todo o sistema está errado', diz Carlos Nobre


Principal climatologista do Brasil defende monitoramento do Inpe durante lançamento de relatório da Coalizão Brasil Clima Florestas e Agricultura que diz que sistema é o melhor do mundo

Por Giovana Girardi

O climatologista Carlos Nobre, um dos maiores especialistas em Amazônia e em mudanças climáticas do Brasil, defendeu nesta sexta-feira, 9, o monitoramento feito pelo Inpe do desmatamento na Amazônia destacando que o País tem o melhor sistema do mundo para monitorar as florestas e o uso da terra.

A declaração foi feita durante lançamento de relatório "Brasil: inteligência e dados sobre cobertura e uso da terra", organizado pela Coalizão Brasil Clima Florestas e Agricultura para avaliar a inteligência e os dados sobre cobertura e uso da terra no Brasil. O documento traz a mensagem dita pelo pesquisador e aponta ainda que o País não precisa de um novo sistema de monitoramento, mas de fortalecer os já existentes.

A coalizão reúne cientistas, ambientalistas e representantes do agronegócio em busca de conciliação entre proteção e produção.

O trabalho, iniciado durante um seminário sobre o tema em maio do ano passado, tinha como objetivo checar as tecnologias de sensoriamento remotos disponíveis no País e confrontar dados que vinham sendo divulgados na época e que apontavam para uma taxa de proteção de florestas no Brasil maior do que a observada pelos sistemas oficiais.

O lançamento ocorreu agora em meio a um intenso conflito do governo Bolsonaro contra os dados do desmatamento informados pelo Inpe, que culminou com a demissão de Ricardo Galvão do cargo de diretor do instituto. Alertas do sistema Deter, que detecta em tempo real a perda florestal para orientar a fiscalização do Ibama, indicam uma alta de 49,45% no consolidado de desmatamento dos últimos 12 meses, na comparação com os alertas registrados entre agosto de 2017 e julho de 2018.

"Há um ano, estávamos avaliando números falsos que estavam surgindo nas redes sobre o quanto tem de produção e quanto tem de proteção no País. Não imaginávamos que esse assunto estaria agora nesse nível de discussão", disse Nobre, hoje ligado ao Instituto de Estudos Avançados da USP e membro do grupo estratégico da Coalizão.

Para ele, os questionamentos feitos na semana passada pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles - que apontou em entrevista coletiva e num vídeo na internet possíveis falhas do Deter -, não possibilitaram uma resposta adequada por parte do Inpe.

"Em uma apresentação de power point, não dá para identificar onde são aqueles pontos (que ele está questionando). O Inpe já solicitou ao ministro que forneça os dados sobre onde são aquelas imagens para que possa dar uma resposta", disse.

"De todo modo, é uma desinformação. O Deter coleta algumas dezenas de milhões de pontos por dia com os satélites que usa e essas informações são processadas por um algoritmo muito bem calibrado desenvolvido ao longo de 15 anos pelo Inpe e são enviadas imediatamente para o Ibama poder atuar", explicou.

"Então existe uma margem de incerteza, que no sistema Deter é de 10% a 12%. É perfeitamente exequível que alguém mostre que o Deter não capturou corretamente um ponto, uma área que diz que foi desmatada e não foi e vice-versa, uma área que foi desmatada e ele não captou. Isso tudo está dentro dessa margem de incerteza. Mas não é correto pegar alguns pontos a posteriori, com uma análise refinada, com bastante tempo e dizer que o Deter não estava correto", complementou o pesquisador.

Nobre defendeu ainda que os dados do Prodes, outro sistema do Inpe, mais preciso, que fornece a taxa anual oficial de desmatamento da Amazônia, deve confirmar a alta. "É muito provável que seja acima de 20% a 30% em relação aos 12 meses anteriores. Todos os sistemas, não só o Deter, estão mostrando um aumento na velocidade do desmatamento", continuou.

Ele lembrou ainda que de fato o Deter não foi feito para dizer que o desmatamento foi algumas horas antes. "Ele pode realmente captar um desmatamento que ocorreu antes, porque havia cobertura de nuvens, mas é muito difícil negar que está havendo um aumento no ritmo do desmatamento."

O climatologista Carlos Nobre, um dos maiores especialistas em Amazônia e em mudanças climáticas do Brasil, defendeu nesta sexta-feira, 9, o monitoramento feito pelo Inpe do desmatamento na Amazônia destacando que o País tem o melhor sistema do mundo para monitorar as florestas e o uso da terra.

A declaração foi feita durante lançamento de relatório "Brasil: inteligência e dados sobre cobertura e uso da terra", organizado pela Coalizão Brasil Clima Florestas e Agricultura para avaliar a inteligência e os dados sobre cobertura e uso da terra no Brasil. O documento traz a mensagem dita pelo pesquisador e aponta ainda que o País não precisa de um novo sistema de monitoramento, mas de fortalecer os já existentes.

A coalizão reúne cientistas, ambientalistas e representantes do agronegócio em busca de conciliação entre proteção e produção.

O trabalho, iniciado durante um seminário sobre o tema em maio do ano passado, tinha como objetivo checar as tecnologias de sensoriamento remotos disponíveis no País e confrontar dados que vinham sendo divulgados na época e que apontavam para uma taxa de proteção de florestas no Brasil maior do que a observada pelos sistemas oficiais.

O lançamento ocorreu agora em meio a um intenso conflito do governo Bolsonaro contra os dados do desmatamento informados pelo Inpe, que culminou com a demissão de Ricardo Galvão do cargo de diretor do instituto. Alertas do sistema Deter, que detecta em tempo real a perda florestal para orientar a fiscalização do Ibama, indicam uma alta de 49,45% no consolidado de desmatamento dos últimos 12 meses, na comparação com os alertas registrados entre agosto de 2017 e julho de 2018.

"Há um ano, estávamos avaliando números falsos que estavam surgindo nas redes sobre o quanto tem de produção e quanto tem de proteção no País. Não imaginávamos que esse assunto estaria agora nesse nível de discussão", disse Nobre, hoje ligado ao Instituto de Estudos Avançados da USP e membro do grupo estratégico da Coalizão.

Para ele, os questionamentos feitos na semana passada pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles - que apontou em entrevista coletiva e num vídeo na internet possíveis falhas do Deter -, não possibilitaram uma resposta adequada por parte do Inpe.

"Em uma apresentação de power point, não dá para identificar onde são aqueles pontos (que ele está questionando). O Inpe já solicitou ao ministro que forneça os dados sobre onde são aquelas imagens para que possa dar uma resposta", disse.

"De todo modo, é uma desinformação. O Deter coleta algumas dezenas de milhões de pontos por dia com os satélites que usa e essas informações são processadas por um algoritmo muito bem calibrado desenvolvido ao longo de 15 anos pelo Inpe e são enviadas imediatamente para o Ibama poder atuar", explicou.

"Então existe uma margem de incerteza, que no sistema Deter é de 10% a 12%. É perfeitamente exequível que alguém mostre que o Deter não capturou corretamente um ponto, uma área que diz que foi desmatada e não foi e vice-versa, uma área que foi desmatada e ele não captou. Isso tudo está dentro dessa margem de incerteza. Mas não é correto pegar alguns pontos a posteriori, com uma análise refinada, com bastante tempo e dizer que o Deter não estava correto", complementou o pesquisador.

Nobre defendeu ainda que os dados do Prodes, outro sistema do Inpe, mais preciso, que fornece a taxa anual oficial de desmatamento da Amazônia, deve confirmar a alta. "É muito provável que seja acima de 20% a 30% em relação aos 12 meses anteriores. Todos os sistemas, não só o Deter, estão mostrando um aumento na velocidade do desmatamento", continuou.

Ele lembrou ainda que de fato o Deter não foi feito para dizer que o desmatamento foi algumas horas antes. "Ele pode realmente captar um desmatamento que ocorreu antes, porque havia cobertura de nuvens, mas é muito difícil negar que está havendo um aumento no ritmo do desmatamento."

O climatologista Carlos Nobre, um dos maiores especialistas em Amazônia e em mudanças climáticas do Brasil, defendeu nesta sexta-feira, 9, o monitoramento feito pelo Inpe do desmatamento na Amazônia destacando que o País tem o melhor sistema do mundo para monitorar as florestas e o uso da terra.

A declaração foi feita durante lançamento de relatório "Brasil: inteligência e dados sobre cobertura e uso da terra", organizado pela Coalizão Brasil Clima Florestas e Agricultura para avaliar a inteligência e os dados sobre cobertura e uso da terra no Brasil. O documento traz a mensagem dita pelo pesquisador e aponta ainda que o País não precisa de um novo sistema de monitoramento, mas de fortalecer os já existentes.

A coalizão reúne cientistas, ambientalistas e representantes do agronegócio em busca de conciliação entre proteção e produção.

O trabalho, iniciado durante um seminário sobre o tema em maio do ano passado, tinha como objetivo checar as tecnologias de sensoriamento remotos disponíveis no País e confrontar dados que vinham sendo divulgados na época e que apontavam para uma taxa de proteção de florestas no Brasil maior do que a observada pelos sistemas oficiais.

O lançamento ocorreu agora em meio a um intenso conflito do governo Bolsonaro contra os dados do desmatamento informados pelo Inpe, que culminou com a demissão de Ricardo Galvão do cargo de diretor do instituto. Alertas do sistema Deter, que detecta em tempo real a perda florestal para orientar a fiscalização do Ibama, indicam uma alta de 49,45% no consolidado de desmatamento dos últimos 12 meses, na comparação com os alertas registrados entre agosto de 2017 e julho de 2018.

"Há um ano, estávamos avaliando números falsos que estavam surgindo nas redes sobre o quanto tem de produção e quanto tem de proteção no País. Não imaginávamos que esse assunto estaria agora nesse nível de discussão", disse Nobre, hoje ligado ao Instituto de Estudos Avançados da USP e membro do grupo estratégico da Coalizão.

Para ele, os questionamentos feitos na semana passada pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles - que apontou em entrevista coletiva e num vídeo na internet possíveis falhas do Deter -, não possibilitaram uma resposta adequada por parte do Inpe.

"Em uma apresentação de power point, não dá para identificar onde são aqueles pontos (que ele está questionando). O Inpe já solicitou ao ministro que forneça os dados sobre onde são aquelas imagens para que possa dar uma resposta", disse.

"De todo modo, é uma desinformação. O Deter coleta algumas dezenas de milhões de pontos por dia com os satélites que usa e essas informações são processadas por um algoritmo muito bem calibrado desenvolvido ao longo de 15 anos pelo Inpe e são enviadas imediatamente para o Ibama poder atuar", explicou.

"Então existe uma margem de incerteza, que no sistema Deter é de 10% a 12%. É perfeitamente exequível que alguém mostre que o Deter não capturou corretamente um ponto, uma área que diz que foi desmatada e não foi e vice-versa, uma área que foi desmatada e ele não captou. Isso tudo está dentro dessa margem de incerteza. Mas não é correto pegar alguns pontos a posteriori, com uma análise refinada, com bastante tempo e dizer que o Deter não estava correto", complementou o pesquisador.

Nobre defendeu ainda que os dados do Prodes, outro sistema do Inpe, mais preciso, que fornece a taxa anual oficial de desmatamento da Amazônia, deve confirmar a alta. "É muito provável que seja acima de 20% a 30% em relação aos 12 meses anteriores. Todos os sistemas, não só o Deter, estão mostrando um aumento na velocidade do desmatamento", continuou.

Ele lembrou ainda que de fato o Deter não foi feito para dizer que o desmatamento foi algumas horas antes. "Ele pode realmente captar um desmatamento que ocorreu antes, porque havia cobertura de nuvens, mas é muito difícil negar que está havendo um aumento no ritmo do desmatamento."

O climatologista Carlos Nobre, um dos maiores especialistas em Amazônia e em mudanças climáticas do Brasil, defendeu nesta sexta-feira, 9, o monitoramento feito pelo Inpe do desmatamento na Amazônia destacando que o País tem o melhor sistema do mundo para monitorar as florestas e o uso da terra.

A declaração foi feita durante lançamento de relatório "Brasil: inteligência e dados sobre cobertura e uso da terra", organizado pela Coalizão Brasil Clima Florestas e Agricultura para avaliar a inteligência e os dados sobre cobertura e uso da terra no Brasil. O documento traz a mensagem dita pelo pesquisador e aponta ainda que o País não precisa de um novo sistema de monitoramento, mas de fortalecer os já existentes.

A coalizão reúne cientistas, ambientalistas e representantes do agronegócio em busca de conciliação entre proteção e produção.

O trabalho, iniciado durante um seminário sobre o tema em maio do ano passado, tinha como objetivo checar as tecnologias de sensoriamento remotos disponíveis no País e confrontar dados que vinham sendo divulgados na época e que apontavam para uma taxa de proteção de florestas no Brasil maior do que a observada pelos sistemas oficiais.

O lançamento ocorreu agora em meio a um intenso conflito do governo Bolsonaro contra os dados do desmatamento informados pelo Inpe, que culminou com a demissão de Ricardo Galvão do cargo de diretor do instituto. Alertas do sistema Deter, que detecta em tempo real a perda florestal para orientar a fiscalização do Ibama, indicam uma alta de 49,45% no consolidado de desmatamento dos últimos 12 meses, na comparação com os alertas registrados entre agosto de 2017 e julho de 2018.

"Há um ano, estávamos avaliando números falsos que estavam surgindo nas redes sobre o quanto tem de produção e quanto tem de proteção no País. Não imaginávamos que esse assunto estaria agora nesse nível de discussão", disse Nobre, hoje ligado ao Instituto de Estudos Avançados da USP e membro do grupo estratégico da Coalizão.

Para ele, os questionamentos feitos na semana passada pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles - que apontou em entrevista coletiva e num vídeo na internet possíveis falhas do Deter -, não possibilitaram uma resposta adequada por parte do Inpe.

"Em uma apresentação de power point, não dá para identificar onde são aqueles pontos (que ele está questionando). O Inpe já solicitou ao ministro que forneça os dados sobre onde são aquelas imagens para que possa dar uma resposta", disse.

"De todo modo, é uma desinformação. O Deter coleta algumas dezenas de milhões de pontos por dia com os satélites que usa e essas informações são processadas por um algoritmo muito bem calibrado desenvolvido ao longo de 15 anos pelo Inpe e são enviadas imediatamente para o Ibama poder atuar", explicou.

"Então existe uma margem de incerteza, que no sistema Deter é de 10% a 12%. É perfeitamente exequível que alguém mostre que o Deter não capturou corretamente um ponto, uma área que diz que foi desmatada e não foi e vice-versa, uma área que foi desmatada e ele não captou. Isso tudo está dentro dessa margem de incerteza. Mas não é correto pegar alguns pontos a posteriori, com uma análise refinada, com bastante tempo e dizer que o Deter não estava correto", complementou o pesquisador.

Nobre defendeu ainda que os dados do Prodes, outro sistema do Inpe, mais preciso, que fornece a taxa anual oficial de desmatamento da Amazônia, deve confirmar a alta. "É muito provável que seja acima de 20% a 30% em relação aos 12 meses anteriores. Todos os sistemas, não só o Deter, estão mostrando um aumento na velocidade do desmatamento", continuou.

Ele lembrou ainda que de fato o Deter não foi feito para dizer que o desmatamento foi algumas horas antes. "Ele pode realmente captar um desmatamento que ocorreu antes, porque havia cobertura de nuvens, mas é muito difícil negar que está havendo um aumento no ritmo do desmatamento."

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