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Venezuela não assinará documento que sair da cúpula climática

Hugo Chávez reclama que não foi convidado para reunião realizada por líderes para redigir texto do acordo

Por Efe
Atualização:

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, afirmou nesta sexta-feira, 18, em Copenhague que seu país "não assinará" o documento que resultar da Cúpula da ONU sobre a Mudança Climática (COP-15) porque teria sido acordado "à noite" e "pelas costas" da maioria dos países. Chávez discursou na sessão de alto nível da cúpula e disse representar a postura de Venezuela, Bolívia, Cuba, Nicarágua e Equador, entre outros.

 

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O presidente venezuelano sustentou que não assinará nenhum documento que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, "tenha introduzido na conferência por baixo da porta" e afirmou que a cúpula terminará "sem nenhum acordo" e "sem glória".

 

Durante a madrugada desta sexta-feira, 25 países trabalharam em um texto com o objetivo de que os mais de 100 de chefes de Estado e de Governo reunidos em Copenhague possam fechar hoje um acordo de redução de emissões.

 

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"Não podemos esperar mais. Vamos embora sabendo que não foi possível fechar um acordo em Copenhague", afirmou Chávez, que culpou a "falta de vontade política dos países mais poderosos" e a "postura egoísta dos ricos" pelo fracasso da conferência. "Ninguém nos convidou para essa reunião de ontem à noite. Sequer se dirigiram a nós para perguntar qual era nossa postura", lamentou.

 

Chávez criticou Obama, que chegou nesta sexta-feira a Copenhague para participar do último dia da cúpula, ao dizer que o presidente americano "saiu pela porta dos fundos" do plenário de forma "indigna" após falar por poucos minutos. "Assim é como o império ianque abandonará o mundo, pela porta dos fundos", acrescentou.

 

Chávez se queixou da "falta de transparência" dos processos adotados em Copenhague que, segundo ele, favoreceram um pequeno grupo de países no momento de acordar documentos e deixaram a grande maioria de fora do diálogo. Para o presidente venezuelano, adotar um documento que não foi acordado pelos 192 membros da Convenção da ONU sobre a Mudança Climática seria "fraudulento".

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Chávez descreveu Obama como "Prêmio Nobel da Guerra", em alusão ao Prêmio Nobel da Paz que o americano recebeu há poucos dias, e afirmou que o governante dos EUA é "a maior frustração de muita gente de todo o mundo que acreditou nele".

 

O venezuelano pediu que Washington se junte ao Protocolo de Kioto e assine acordos com valor jurídico para a redução de emissões em escala internacional.

 

Chávez culpou novamente o capitalismo como responsável da mudança climática, como já fez em seus outros discursos na cúpula, um sistema que, segundo afirmou, "é o caminho para destruição do planeta" e acrescentou que o mundo só se salvará quando os "países ricos abandonarem seu egoísmo".

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