Tartaruga é salva após ingerir apetrecho de pesca em Itanhaém

Réptil está ameaçado de extinção; biólogos do Instituto Gremar, no Guarujá, acompanham a recuperação na expectativa de devolvê-lo ao mar

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Foto do author José Maria Tomazela
Por José Maria Tomazela
Atualização:

SOROCABA - Uma tartaruga cabeçuda de 100 quilos foi submetida a um procedimento para retirada de um apetrecho de pesca com um metro de comprimento que tinha ido parar em seu estômago. O réptil foi encontrado encalhado e agonizante em uma praia de Itanhaém, no litoral sul de São Paulo. A operação, realizada no sábado, 26, no Instituto Gremar, no Guarujá, foi bem-sucedida.

A rápida intervenção garantiu o salvamento da tartaruga cabeçuda Foto: Instituto Gremar/Divulgação

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Nesta segunda-feira, 28, o animal, de espécie ameaçada de extinção, voltou a ser alimentar. Os biólogos acompanham a recuperação na expectativa de devolver a tartaruga ao mar. 

De acordo com o biólogo Matheus Conte Pereira, da equipe do Gremar, a tartaruga está com uma lesão na nadadeira, causada pelo enrosco no apetrecho de pesca.

"O local está inchado, mas estamos tratando. Ela também pode ter alguma lesão interna, mas o bom é que já está se alimentando. Se não ficar com sequelas, podemos soltá-la, mas não tem um prazo", disse.

A tartaruga permanece em um tanque com água marinha em local apropriado para redução do estresse. Antes de ser submetida ao procedimento de retirada do corpo estranho, ela passou por exames e radiografias.

O instituto, credenciado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), trabalha no resgate de animais e de carcaças ao longo da costa paulista e foi acionado quando a tartaruga encalhada foi avistada por moradores de Itanhaém.

Segundo o biólogo, a rápida intervenção garantiu o salvamento do animal, uma fêmea adulta. Como ela, existem apenas 60 mil em todo o mundo, segundo o Projeto Tamar.

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No Brasil, a tartaruga cabeçuda tem praias prioritárias para desova no norte da Bahia, do Sergipe, do Espírito Santo e do Rio de Janeiro. De cada 1 mil filhotes, apenas um ou dois sobrevivem e atingem a idade adulta.

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