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Sustentabilidade deve criar novas carreiras nos próximos 15 anos, dizem especialistas

Em constante transformação, área ambiental vai do Direito à Engenharia e exige profissional atualizado

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Por Redação
Atualização:

Novas carreiras ligadas ao desenvolvimento sustentável se tornaram mais frequentes nos últimos anos. Com aumento da regulação ambiental, maior demanda por recursos naturais escassos e uma onda de consumo consciente, a sustentabilidade entrou na lista de prioridades de empresas e de órgãos públicos. É uma tendência que deve se manter nas próximas décadas, segundo as principais agências de recrutamento no Brasil. Especialistas preveem que o desenvolvimento sustentável deve criar demanda para profissões do futuro por ao menos 15 anos.

Entre as dez profissões que mais terão demanda por novos profissionais até 2030, ao menos duas estão ligadas à sustentabilidade, de acordo com uma lista elaborada pela consultoria Michael Page. Os cargos de “especialista em gestão de resíduos” e “curador de sustentabilidade” são os destaques entre as previsões para essa área.

Entre as dez profissões que mais terão demanda por novos profissionais até 2030, ao menos duas estão ligadas à sustentabilidade Foto: Divulgação/Masdar City

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O “curador de sustentabilidade”, segundo a consultoria, será um profissional especializado no estudo do clima. Mais ou menos como faz um meteorologista, com diferenciais importantes, como não apenas prever o clima, mas fazer uma análise em tempo real e com a capacidade de conseguir medir impactos causados por fenômenos naturais, além de planejar a recuperação dos danos. Ele deve trabalhar com programas virtuais capazes de prever fenômenos naturais como furacões, tempestades, inundações e secas. Biólogos, geólogos e químicos, por exemplo, poderiam ocupar cargos como esse.

Já o cargo de “especialista em gestão de resíduos” é cada vez mais comum nas empresas e deve ganhar novas atribuições, dizem os especialistas. Sua função será administrar a “logística de resíduos” e fornecer energia ou matéria-prima para outros setores a partir da seleção do lixo orgânico e reciclável produzido todos os dias. “A gestão de resíduos vai demandar tecnologia de ponta, estrutura de pesquisa, armazenamento e até de negociação, a partir do momento em que os resíduos possam dar formar a novos componentes”, diz o diretor-executivo da consultoria, Ricardo Basaglia.

Para Basaglia, os departamentos de sustentabilidade dentro de empresas devem crescer pelos próximos 15 anos, com a criação de cargos cada vez mais especializados. “A gente vê essa área de sustentabilidade ganhando força em algumas empresas e agrupando muitas das funções que poderiam estar distribuídas em outras estruturas”, ele diz. 

Outra área que tem cada vez mais demanda nos últimos anos é a do Direito Ambiental, segundo especialistas. A atuação dos advogados nesse setor se divide, principalmente, em dois tipos de atuação: consultoria, que serve para prevenir infração das leis ambientais, e contingenciamento, quando a multa por descumprir as normas já foi aplicada. O principal desafio é se manter atualizado com a legislação vigente. “A cada semana, praticamente, temos uma nova norma ambiental publicada por agências reguladoras e outros órgãos do governo”, conta a líder da área ambiental no escritório Veirano Advogados, Ana Luci Grizzi.

Preparação. Direito ambiental, logística para transporte de resíduos, recuperação de áreas degradadas, construções verdes e até reciclagem são partes de um mesmo universo que cresce dentro das empresas. Em constante transformação, a área de desenvolvimento sustentável hoje agrega profissionais formados em áreas de especialização completamente diferentes. Para os especialistas em recrutamento, essa característica não deve mudar.

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“É um setor extremamente novo, mas já existem cursos no Brasil voltados para essa área, principalmente voltados para a pós-graduação - e não necessariamente como a primeira formação do profissional”, diz o diretor de recrutamento da consultoria Robert Half, Lucas Nogueira. “Não vejo, nesse primeiro momento, uma segregação por área.”

Para Basaglia, da consultoria Michael Page, a melhor alternativa para quem quer se especializar na área ambiental é pesquisar bons cursos de pós-graduação. “Olhem realmente o conteúdo, a programação desses cursos, para entender a profundidade dos temas”, sugere o diretor. Ele alerta, no entanto, que mesmo após terminar a especialização é preciso se manter constantemente atualizado. “Não há um curso nessa área que consiga preparar 100%, de onde o profissional saia completo.”

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