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Startup aproxima produtores de orgânicos de consumidores

Plataforma online Tribo Viva elimina os atravessadores, reduzindo o preço dos alimentos em até 200%

Foto do author Isadora Duarte
Por Isadora Duarte (Broadcast)
Atualização:
João Caminoto (diretor de Jornalismo do Grupo Estado),a finalista Isadora Duarte, e Marcos Madureira (vice-presidente de Comunicação, Marketing, Relacoes Institucionais e Sustentabilidade do Santander) durante entrega do 11ºPrêmio Santander Jovem Jornalista. Foto: Amanda Perobelli/Estadão

Há cerca de um ano, a rotina agitada da publicitária Louise Carpenedo ganhou um facilitador na sua busca por uma alimentação saudável. Consumidora de produtos orgânicos, ela encontrou em uma plataforma online uma forma de manter seus hábitos com praticidade, e gastando menos. “Eu não conseguia frequentar as feiras agroecológicas pela distância e incompatibilidade de horários. Conhecer e utilizar a Tribo Viva aumentou o meu acesso a esses alimentos”, conta Louise, de 25 anos.

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A funcionalidade da plataforma digital para compra e venda de orgânicos e a multiplicidade de pontos de coletas pela cidade foi o que atraiu a consultora digital Fernanda Scur, de 40, consumidora desses alimentos há mais de 20 anos: “A praticidade e a proximidade das ofertas da minha casa, a uma quadra, é o que me faz comprar pela rede”, diz. Com atuação em Porto Alegre e região metropolitana, a plataforma tem oito produtores rurais cadastrados e 50 coordenadores de entrega, que recebem uma cesta gratuita em troca da organização e repasse dos alimentos em suas casas.

Além de Louise e Fernanda, outras 3,1 mil pessoas já utilizaram a rede. “A Tribo Viva é uma startup de inovação social e economia colaborativa. Criamos a plataforma para facilitar o acesso dos consumidores a uma alimentação orgânica com sustentabilidade e bom custo-benefício”, explica Pietro Rocha, sócio-fundador da rede, junto com Marcos Delgado. A cadeia de consumo colaborativo nasceu como uma alternativa às tradicionais feiras de produtos orgânicos e uma saída para fugir dos altos preços desses alimentos em supermercados. Segundo Rocha, os valores chegam a ser 200% menores do que nas lojas, por dispensar os atravessadores e a estrutura de distribuição.

Desde que iniciou as atividades, em julho de 2015, já foram vendidas mais de 4,9 mil cestas. Elas custam entre R$ 30 e R$ 50 e incluem de oito a 12 itens, entre vegetais, legumes, grãos, frutas, ervas, ovos e sucos.No preço, estão inclusas a taxa de manutenção da plataforma e o subsídio à cesta gratuita para o coordenador de entrega. Cada usuário pode comprar até três cestas por oferta.

A Tribo Viva pesquisa e mapeia os pequenos produtores de orgânicos da região e, de acordo com a disponibilidade dos alimentos, compõe as cestas. Paralelamente, a rede faz contato com os coordenadores que oferecem suas residências como pontos de coleta e lança as ofertas na plataforma. Os pedidos podem ser entregues por uma cooperativa de ciclistas, que cobra em média R$ 15 por viagem e percorre um raio de até 5 quilômetros dos pontos de coleta

A agilidade das entregas é um dos principais benefícios do sistema para Osmar Bedende, produtor assentado do Grupo Mulheres da Terra, de Viamão, na Grande Porto Alegre. Ele, que é um dos cadastrados,  também aponta a vantagem de programar a produção e o momento da colheita, pois sabe a quantidade exata de alimentos vendidos, não havendo desperdícios. “Nas feiras, temos que organizar o espaço, nas coletas é só entregar. É muito mais rápido e ainda garantem um bom preço para o consumidor”, diz. Sem falar na conveniência de receber produto fresco. “É uma superfacilidade. Você pode estar na sua casa, no seu escritório e comprar os alimentos colhidos há pouco tempo”, conta a empresária Juliana Toro, de 41 anos.

No primeiro semestre de 2017, outra capital deve receber o programa – entre as mais cotadas, estão São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba (PR). “A tecnologia está fazendo com que essa forma de consumo se amplie com maior força, incentivando o engajamento das pessoas em sistemas de economias alternativas”, analisa o professor Pedro Costa, do Núcleo de Estudos em Gestão Alternativa da Escola de Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

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*Isadora Duarte foi finalista do 11º Prêmio Santander Jovem Jornalista.

A fase final e a cerimônia de premiação ocorreram na quinta-feira, 8, na sede do banco, com a participação do diretor de Jornalismo do Grupo Estado, João Caminoto e de Marcos Madureira, vice-presidente executivo de Comunicação, Marketing, Relações Institucionais e Sustentabilidade do Santander. Os finalistas receberam laptops e garantiram a publicação de suas matérias. 

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