Sobe número de espécies de animais ameaçadas de extinção em São Paulo

Nova lista tem 33% mais espécies em risco do que documento anterior

PUBLICIDADE

Por Herton Escobar
Atualização:

O Estado de São Paulo abriga 487 espécies de animais ameaçados de extinção, segundo a nova "lista vermelha" publicada pelo governo estadual, incluindo mamíferos, aves, répteis, anfíbios, peixes e invertebrados. O número é 33% maior do que o da lista anterior, de 2010, que incluía 367 espécies. A maior parte do aumento deve-se à inclusão de invertebrados, como caracóis, borboletas e mariscos.

PUBLICIDADE

Os levantamentos científicos que embasam a lista já estão prontos há dois anos para os vertebrados e há quatro anos para os invertebrados, mas a relação oficial do governo só foi publicada no Diário Oficial do Estado em 7 de fevereiro (Decreto 60.133).

Apesar do longo intervalo, a lista saiu com erros. A reportagem do Estado identificou pelo menos 47 nomes duplicados na relação de invertebrados.

Uma diferença qualitativa entre as listas foi o tratamento dado às espécies marinhas que são alvo da pesca. A lista de 2010 trazia um anexo com 118 espécies de peixes marinhos classificadas como colapsadas, sobre-exploradas ou ameaçadas de sobre-exploração. Desta vez, nove espécies foram classificadas como ameaçadas (com proibição da pesca) e 63, como "espécies com necessidade de diretrizes de gestão e ordenamento pesqueiro para sua conservação"; entre elas, várias conhecidas dos cardápios paulistanos, como o badejo e a sardinha.

Chama a atenção nesta segunda categoria (chamada Anexo 2) a presença de espécies que são protegidas por leis federais - como o mero, cuja pesca é proibida no País - e que integram a lista nacional de ameaçadas, como o tubarão-baleia.

Segundo o biólogo André Vaz dos Santos, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), o fato de uma espécie estar no Anexo 2 não significa que a pesca esteja autorizada. "Não é um sinal verde nem um sinal vermelho, cada caso é um caso. Se há uma lei federal que proíbe (a pesca), então está proibida, claro."

Publicidade

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.