Sarney Filho quer embargo de mineradora após vazamento de rejeitos

Ministro do Meio Ambiente enviou ofício à presidência do Ibama para punir Hydro Alunorte por caso em Barcarena, no Pará

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Por André Borges
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BRASÍLIA - O ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, enviou ofício nesta segunda-feira, 26, à presidência do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) com a recomendação urgente de que o órgão embargue as atividades e multe a mineração Hydro Alunorte, responsável pelo vazamento de rejeitos de bauxita em Barcarena, na região metropolitana de Belém.

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Sarney Filho disse que ficou comprovado que houve vazamento de resíduos nas localidades próximas à mineradora e que boa parte da população local está sem meios de consumir água potável. O Ministério da Integração tem enviado água para abastecer a região. Ele afirmou ainda que ficou comprovado o uso de tubulações clandestinas para o lançamento de resíduos. 

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"Determinei que o Ibama adote todas as providências legais e administrativas para cessar os danos, com a aplicação de sanções de embargo da atividade e multas pecuniárias", disse.

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Segundo o ministro, o licenciamento ambiental da mineradora foi feito pela Secretaria de Meio Ambiente do Estado do Pará. Em função da gravidade do caso em Barcarena, no entanto, o Ibama foi acionado.

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Em tom crítico, Sarney Filho lembrou que 41% das operações da Hydro Alunorte pertencem ao governo da Noruega, o qual não poupou críticas ao governo brasileiro no ano passado por causa dos índices de desmatamento da Amazônia.

"Não estamos à beira de uma nova Mariana, mas esse vazamento é sério e vem de uma empresa que pertence ao governo da Noruega, portanto, uma empresa que deveria ter responsabilidades, ainda mais na Amazônia", afirmou.

O ministro disse que pedirá urgência e uma posição definitiva do Ibama ainda nesta terça-feira, 27. "Estou convicto de que é o caso de embargar a unidade, mas isso é uma recomendação", concluiu.

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