Reunião de Barcelona é crucial para acordo sobre clima, diz ONU

Países chegam divididos à última rodada preparatória para conferência de Copenhague.

PUBLICIDADE

Por BBC Brasil
Atualização:

O secretário-executivo da Convenção do Clima da ONU, Yvo de Boer, disse nesta segunda-feira que os próximos dias serão cruciais para a obtenção de um acordo sobre mudanças climáticas. De Boer fez a declaração em Barcelona, na Espanha, na abertura da última rodada de negociações preparatória para a reunião da Conferência das Partes (COP-15), marcada para o próximo mês em Copenhague, na Dinamarca. O representante da ONU disse que o prazo está se esgotando e fez um apelo para que os cerca de 400 delegados presentes em Barcelona se esforcem para a obtenção de um acordo. "Esses últimos cinco dias serão cruciais para o sucesso em Copenhague", disse De Boer. "As negociações em Barcelona precisam avançar e criar uma base sólida para o sucesso em Copenhague." O objetivo das negociações é a obtenção de um acordo sobre a redução de emissões de gases causadores do efeito estufa para substituir o Protocolo de Kyoto, que expira em 2012. Divisões A rodada de Barcelona é a continuação da reunião realizada em Bangcoc, na Tailândia, no mês passado. Segundo o analista de meio ambiente da BBC, Richard Black, ainda há profundas divisões entre os países. Entre os principais pontos de discórdia estão a meta de cortes de emissões para os países desenvolvidos, o volume de recursos que as nações ricas deverão destinar para ajudar os países pobres a reduzir suas emissões e se adaptar às mudanças climáticas e o tamanho do corte nos países em desenvolvimento. Cientistas afirmam que, para evitar uma elevação de 2º C na temperatura do planeta, as nações industrializadas precisam nos próximos dez anos reduzir as suas emissões de carbono em entre 25% e 40%, na comparação com os níveis de 1990. Entretanto, as negociações têm ficado muito aquém disso, e o percentual convencionado não passa de 23%. Contribuição Na semana passada, líderes da União Europeia concordaram em defender uma "contribuição pública internacional" de entre US$ 32 bilhões e US$ 75 bilhões anuais até 2020 para financiar o combate ao aquecimento global nos países em desenvolvimento. O bloco europeu estima que, nos próximos dez anos, os países em desenvolvimento precisarão de US$ 150 bilhões anuais para se adaptar às mudanças climáticas e conter suas emissões de gases causadores do efeito estufa. No entanto, as autoridades europeias disseram que o valor exato da contribuição do bloco será determinado durante as negociações da conferência sobre o clima de Copenhague, em dezembro. Estudos realizados por agências da ONU sugerem que seria necessário um valor mais alto e que a ajuda deveria começar imediatamente, e não em um prazo de até dez anos. Nos Estados Unidos, a legislação doméstica sobre mudanças climáticas ainda precisa ser aprovada pelo Congresso. O Brasil oficialmente também não definiu ainda as metas de redução que irá apresentar em Copenhague. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.