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Pnuma lança primeiro inventário global de 'ativos ecossistêmicos'

Relatório é o primeiro passo para traçar um mapa mundial do capital natural, que atribuirá valores monetários a serviços ambientais 

Por Fabio de Castro
Atualização:

O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) elaborou o primeiro inventário global de ativos ecossistêmicos, que incluem a biodiversidade marinha e terrestre, os recursos hídricos, o carbono orgânico, os estoques pesqueiros e a qualidade do solo em todo o planeta. Produzido peloCentro de Monitoramento da Conservação Mundial (WCMC, na sigla em inglês), o inventário foi publicado no relatório "Rumo a um mapa global do capital natural: ativos ecossistêmicos". O capital natural é composto pelos recursos ecossistêmicos e pelas reservas naturais disponíveis, como minérios e energia. O inventário gerou seis diferentes mapas de ativos ecossistêmicos: "Água", "Carbono terrestre", "Qualidade do solo para cultivo", "Biodiversidade terrestre", "Biodiversidade marinha" e "Pesca marinha global". De acordo com Eugenie Regan, especialista do WCMC-PNUMA, o objetivo do relatório é preparar o caminho para um mapeamento total do capital natural no mundo. "O capital natural é a somatória dos recursos e serviços que nos são fornecidos pelos ecossistemas", disse ela.

Estudo é produzido pelo Centro de Monitoramento da Conservação Mundial Foto: Beto Barata/Estadão

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O relatório destaca que, de acordo com a Convenção da Diversidade Biológica, pelo menos 40% da economia mundial e 80% das necessidades da população de baixa renda são derivados de recursos biológicos."Por muito tempo a economia se baseou no pressuposto equivocado de que esses serviços e recursos dos ecossistemas eram virtualmente infinitos. Mas eles não são. É urgente mapeá-los para que possamos entender qual é a base real na qual se apoia toda a economia mundial. Com isso, será possível conhecer quais são os limites do crescimento", explicou.

Segundo Regan, o inventário dos serviços ecossistêmicos indica os pontos onde há necessidade de priorizar as ações de conservação e restauração. "O próximo passo consistirá em calcular o valor monetário desses ativos. Com isso poderemos fazer uma avaliação concreta da contribuição do capital natural para o bem-estar do ser humano - e esses valores poderão ser levados em conta", afirmou. Além da valoração dos ativos, será preciso também inventariar todos os recursos naturais, como estoques de combustíveis fósseis e recursos minerais, segundo Regan. "Os ativos ecossistêmicos, que foram o foco do relatório, são apenas um dos componentes do capital natural", declarou.

As informações detalhadas no relatório, de acordo com Regan, vão ajudar a avaliar a sustentabilidade e as relações entre a distribuição de capital natural e o bem-estar da humanidade. "O relatório poderá também ajudar a planejar o uso do solo e a examinar os efeitos das mudanças de uso do solo no capital natural", disse Regan.

Veja o relatório "Rumo a um mapa global do capital natural: ativos ecossistêmicos"

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