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PF prende 15 madeireiros por crime ambiental no Paraná

Por Evandro Fadel
Atualização:

A Polícia Federal havia cumprido, até a tarde de hoje, 15 dos 29 mandados de prisão, na região oeste do Paraná, de pessoas acusadas de crimes ambientais no assentamento Celso Furtado, em Quedas do Iguaçu, a cerca de 430 quilômetros de Curitiba. Também foram interditadas 35 madeireiras em 11 municípios da região e apreendidos 107 caminhões de toras.Entre os detidos estão madeireiros e pessoas acusadas de ocupar ilegalmente alguns lotes para facilitar a retirada de madeira. Os presos, que não tiveram os nomes revelados, seriam levados para a Penitenciária Federal de Catanduvas, onde ficariam à disposição da Justiça Federal.O assentamento Celso Furtado foi oficializado em 2004, após compra da propriedade da empresa Araupel, que convivia com uma invasão desde 1999. Atualmente, 1.097 famílias estão cadastradas na área de 23.733 hectares, dos quais 5,3 mil hectares (pouco mais de 22%) são reservados à preservação ambiental."Estamos com um déficit de 118 hectares, mas vamos massificar ações de recuperação", disse a superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no Paraná, Cláudia Sonda.Segundo ela, isso será possível com a desarticulação da quadrilha que estaria comandando o desmatamento ilegal das áreas de reflorestamento. "A ação vinha de fora do assentamento", afirmou. As espécies mais visadas eram o pinus e a araucária. "A madeira é do Incra e qualquer ação não autorizada de retirada é roubo do patrimônio", afirmou a superintendente. "Pelas carretas e pelas serrarias lacradas, já vimos que não é estrutura de pobre."A assessoria de imprensa da PF informou que também há indícios de retirada de madeira de áreas de preservação permanente. Naquela região, há alguns dos últimos remanescentes de Mata Atlântica do Estado.A superintendente do Incra acentuou que o instituto, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e famílias que se sentiam ameaçadas já tinham feito 24 denúncias nos últimos dois anos. Por isso, organizou-se a força tarefa para cumprir os mandados expedidos pela Justiça Federal em Cascavel."Revelou-se que o Estado articulado pode agir firme", destacou a superintendente do Incra. A operação, apelidada de Tolerância Zero, mobilizou 550 pessoas, entre policiais federais, militares e servidores do Incra e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Eles contaram com o auxílio de dezenas de viaturas e de dois helicópteros.

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