'Pegada ecológica' do País aumentou, diz relatório

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Por Ligia Formenti
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BRASÍLIA - Relatório feito pela Rede WWF mostra que a "pegada ecológica" do Brasil, índice que reflete a pressão sobre recursos naturais, aumentou entre 2010 e 2012. O índice atual é de 2,93, ante os 2,91 apresentados na edição anterior. "O País tem de fazer um esforço para diminuir o indicador", afirmou a secretária-geral da WWF no Brasil, Maria Cecília Wey de Brito. A pecuária e a agricultura são os fatores que mais contribuíram para a pressão exercida sobre recursos naturais no País. A pecuária apresentou um índice de 0,95 - bem maior do que a média mundial, de 0,21, e da Argentina, 0,62. "Essa pressão excessiva é resultado, principalmente, da baixa produtividade. Em alguns pontos, há menos de um boi por hectare", afirmou Carlos Rith, coordenador do Programa de Mudanças Climáticas. Já a pressão da atividade agrícola no País foi de 0,8 - bem acima da taxa mundial, que é de 0,59. O relatório mostra que o aumento da demanda por recursos ocorre no mundo todo. Países de alta renda têm uma pegada ecológica em média três vezes maior do que a de renda média e cinco vezes maior do que a de países de baixa renda. "Hoje, o mundo consome o equivalente a 50% a mais do que a sua capacidade", afirma Maria Cecília. Pelos cálculos da WWF, o planeta leva um ano e meio para renovar recursos consumidos e absorver o CO2 produzido durante um ano. As pressões se refletem no ecossistema, completa o trabalho. Rastreamento feito em 9 mil populações de mais de 2.600 espécies aponta uma redução de 30% da biodiversidade desde a década de 70. "O relatório reflete a urgência das discussões sobre o tema. E deixa clara a relevância da Rio+20", disse o líder da iniciativa Amazônia Viva, Cláudio Maeth. Ele avalia que o País daria um exemplo de credibilidade se o texto do novo Código Florestal aprovado no Congresso fosse integralmente vetado pela presidente Dilma Rousseff. "O texto está confuso. A simples retirada de alguns trechos não resolve", completa Maria Cecília.

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