Parque Nacional renasce após incêndio

Parque Nacional das Emas foi fechado em agosto do ano passado depois de ter 90% de sua área queimada

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Por Afra Balazina
Atualização:

Em 36 horas, cerca de 90% do Parque Nacional das Emas, em Goiás, foi queimado em agosto do ano passado. O fogo começou no entorno e se alastrou a uma velocidade média de 4 quilômetros por hora. A tragédia deixou animais vulneráveis à caça e, desde então, o local estava fechado para a visitação. Hoje, o dia é de comemoração dupla na unidade de conservação que tenta garantir a preservação de uma área importante do Cerrado: será reaberta ao público e completa este ano 50 anos.

 

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Segundo o presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Rômulo Mello, a natureza conseguiu se regenerar no período em que o parque esteve fechado. Mas, além da vegetação e da fauna, algumas estruturas foram impactadas com o incêndio, como pontes e trilhas. A recuperação das trilhas ainda está em andamento e elas serão abertas parcialmente. Outra atração para os visitantes, o boia-cross, esporte que envolve a descida, com boia, pelo Rio Formoso, funcionará normalmente a partir de hoje.

 

A recuperação contou com a ajuda da empresa ETH Bioenergia, da Odebrecht, com investimento de R$ 500 mil em dois anos. O presidente da ETH, José Carlos Grubisich, diz que será adquirido um veículo tipo safári por meio da parceria, o que permitirá que visitantes com dificuldade de locomoção possam passear pelo parque.

Este ano, o inverno pode ser tão seco quanto o de 2010, por causa do fenômeno La Niña. “Mas estaremos preparados”, diz Mello. Foi feito um plano de contingência e combate a incêndios e o parque contará com 35 brigadistas no pico da seca.

 

Atrações

 

O parque é bastante procurado por pessoas que têm como hobby observar aves. A área tem pelo menos 350 espécies, como arara-canindé, papagaio-galego e, claro, a ema, que dá nome ao parque. Maior ave do Brasil, a ema é parecida com o avestruz, mas tem peculiaridades. É o macho quem choca os ovos e cuida dos filhotes, por exemplo.

 

A unidade de conservação abriga também animais ameaçados, como cervo-do-pantanal e lobo-guará. Outra marca do local é o fenômeno da bioluminescência – entre outubro e dezembro, larvas de vaga-lumes, que vivem em cupinzeiros, emitem uma luz esverdeada para atrair as presas. E não há cobrança de ingressos. “Só podemos cobrar entrada quando os serviços forem melhores”, diz Mello, que planeja construir ali centros de visitantes e portais de entrada.

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