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Papa sugere que Escócia e Catalunha reflitam sobre independência

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Por Redação
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O papa Francisco sugeriu nesta sexta-feira que Escócia e Catalunha pensem cuidadosamente a respeito da separação das suas uniões nacionais, fazendo uma distinção entre a busca de independência com vistas à liberdade e a secessão. Em entrevista publicada no jornal espanhol La Vanguardia no momento em que os escoceses se preparam para decidir no voto se irão se separar da Grã-Bretanha e o líder da Catalunha tenta organizar um referendo semelhante, Francisco disse que a independência deve ser tratada com grande cuidado. “Obviamente, há povos com culturas tão diferentes que não se pode uni-los nem com cola”, declarou o pontífice ao diário, sediado na Catalunha, mencionando a Iugoslávia, devastada por uma guerra nos anos 1990. Francisco distinguiu entre "independência pela emancipação", como no caso de países nas Américas que queriam ser livres do controle de Estados europeus, e "independência pela secessão". Questionado se está preocupado com o conflito entre a Espanha e a região da Catalunha, no norte espanhol, Francisco disse que toda divisão o preocupa. Ele mencionou a Escócia e também a Padânia, área no norte da Itália que o direitista partido Liga Norte quer tornar independente do resto do país. “Há casos em que será justo, e casos em que não será justo, mas a secessão de uma nação sem uma história de união forçada deve ser tratada com muito cuidado e analisada caso a caso”, afirmou, sem especificar o que acha que deveria ser feito na Espanha, na Grã-Bretanha e na Itália. Anne McGuire, membro do esquerdista Partido Trabalhista britânico, acolheu os comentários do papa e disse que “a melhor maneira de garantir nosso futuro é trabalharmos juntos como parte de algo maior”. Os principais partidos políticos britânicos estão fazendo campanha pelo ‘não’ na votação de 18 de setembro, mas o apoio para a causa nacionalista escocesa aumentou no mês passado, como revelou uma pesquisa divulgada na quinta-feira. O presidente catalão, Artur Mas, está seguindo adiante com os planos de uma votação em 9 de novembro sobre a independência da região, o que o governo central da Espanha promete bloquear alegando ser inconstitucional. (Reportagem de Isla Binnie)

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