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Países desenvolvidos 'falam muito e fazem pouco', diz China

A China, assim como outros países em desenvolvimento, não é, ainda, obrigada a reduzir suas emissões

Por EFE
Atualização:

O representante chinês nas negociações sobre a mudança climática, Xie Zhenhua, explicou hoje perante o Legislativo que a postura do país asiático - o maior emissor mundial de dióxido de carbono - ainda está longe dos países desenvolvidos, aos que acusou de "falar muito e fazer pouco".

 

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 Xie, vice-ministro da Comissão Nacional de Reforma e Desenvolvimento, o principal órgão de planejamento econômico, assegurou que atualmente as negociações são um "combate de luta livre" no qual está se desfazendo não só o futuro do meio ambiente mas também o desenvolvimento econômico das nações ricas frente às pobres.

 

O negociador, que liderará à delegação chinesa na cúpula internacional que será realizada em Copenhague dos dias 7 a 18 de dezembro, lamentou que as nações desenvolvidas "enfatizem os problemas climáticos e tirem a importância do desenvolvimento econômico", querendo estabelecer responsabilidades iguais a todos os países seja qual for seu nível econômico.

 

A China, assim como outros países em desenvolvimento, não é obrigada a reduzir suas emissões segundo o Protocolo de Kyoto (1997) ainda em vigor, mas nações como os EUA pressionam para que o país asiático e outras grandes nações emergentes, como Índia e Rússia, adotem uma maior responsabilidade em futuros acordos.

 

Sobre o tema, Xie afirmou que as nações desenvolvidas "falam muito e fazem pouco" na hora de adaptar o mundo às mudanças climática, negando-se, por exemplo, a transferir aos países em desenvolvimento tecnologia que lhes ajude a poluir menos.

 

Xie assinalou que os países desenvolvidos, por outro lado, "são os principais responsáveis pelos problemas climáticos, pela falta de restrição nas emissões durante seus respectivos processos de industrialização".

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A China continua defendendo que os países em desenvolvimento não sejam obrigados internacionalmente sim que cada um deles desenhe suas políticas internas de redução de emissões.

 

A China continua com uma grande dependência energética ao carvão, fonte de energia altamente poluente, mas por outro lado empreendeu uma agressiva campanha de reflorestamento.

 

"Nós, os países em desenvolvimento, insistimos em que os desenvolvidos liderem a responsabilidade de reduzir suas emissões e apoiem aos menos desenvolvidos com fundos e tecnologia", afirmou hoje Xie diante os deputados da Assembleia Nacional Popular (ANP).

 

 O negociador assegurou que a China irá ao decisivo encontro de Copenhague "com sinceridade" e tentando cooperar ao máximo para que se alcance um acordo bem-sucedido.

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