Órgão ambiental dos EUA promete negociação sólida no COP-15

Negociadores da delegação norte-americana 'pretendem evitar a abordagem rápida da mudança climática'

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Por RICHARD COWAN
Atualização:

Os principais assessores do presidente Barack Obama prometeram na quarta-feira, 9, trabalhar a fim de chegar a um acordo para lidar com a mudança climática, ao chegar à conferência internacional sobre o clima em Copenhague. "Estamos em busca de um sólido engajamento com todos os nossos parceiros pelo mundo", disse a administradora da Agência de Proteção Ambiental, Lisa Jackson, numa entrevista coletiva. Falando apenas alguns dias depois de a agência anunciar que pretende pela primeira vez regular as emissões de dióxido de carbono, Jackson declarou: "Pretendemos evitar a abordagem rápida da mudança climática." Outra autoridade do alto escalão do governo Obama, o secretário do Interior Ken Salazar, também está na Dinamarca, visitando uma estação eólica em alto-mar.

 

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Obama pretendia inicialmente chegar a Copenhague na quarta-feira, na parte inicial da cúpula que vai de 7 a 18 de dezembro. Como, no entanto, países desenvolvidos, tais como os EUA (o segundo maior poluidor de carbono), e países em desenvolvimento, como a China (o principal emissor), pressionam por um acordo político, Obama mudou de planos e chegará ao país mais na parte final das conversações, quando em geral as negociações estão no auge. Nos últimos dois dias, autoridades chinesas presentes à conferência de Copenhague fizeram muitas críticas à proposta norte-americana de reduzir as emissões de gases-estufa na faixa de 17% até 2020 a partir dos níveis de 2005. O principal enviado da China para o clima, Xie Zhenhua, disse à Reuters que espera que Obama possa oferecer uma meta mais dura em Copenhague. Isso, no entanto, poderia ser difícil para o presidente dos EUA porque até agora o Congresso não apoiou nenhuma meta específica. Quando solicitada a responder às críticas da China, Jackson recusou-se a fazer comentários. A recessão econômica nos EUA que empurrou o desemprego para acima de 10% fez diminuir o entusiasmo para uma legislação referente à mudança climática, que poderia elevar os preços ao consumidor enquanto as indústrias são gradualmente forçadas a passar dos combustíveis fósseis, como carvão e petróleo, para fontes de energia alternativas, mais caras. No curto prazo, a recessão reduziu as emissões de gases dos EUA, colocando o país nos trilhos para atingir as metas de emissão de curto prazo de Obama. Cortes adicionais da poluição, porém, exigirão um esforço maior à medida que a economia se recupera.

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