ONU pede maior pressão sobre líderes contra aquecimento

'Quero que pressão sentida aqui seja transferida aos líderes que se reunirão aqui amanhã', disse Ban Ki-moon

PUBLICIDADE

Por Efe
Atualização:

Ban Ki-moon, Tony Blair e Hugh Jackman. Foto: AP

 

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu nesta segunda-feira, 21, à sociedade civil internacional que aumente a pressão sobre os líderes políticos que se reunirão na terça-feira, 22, em Nova York para tentar dar um novo impulso à luta contra a mudança climática.

 

Veja também:

 

PUBLICIDADE

Ban fez essa convocação acompanhado pelo ex-primeiro-ministro do Reino Unido Tony Blair e o ator australiano Hugh Jackman, na cerimônia de abertura da chamada Semana da Mudança Climática em Nova York.

 

"Quero que a pressão sentida nesta sala seja transferida aos líderes que se reunirão aqui amanhã", disse o secretário-geral das Nações Unidas aos executivos de empresas e ativistas de ONGs presentes no ato, realizado na Biblioteca Pública de Nova York.

 

O evento serviu como prévia da cúpula que a partir de terça-feira reunirá na sede da ONU mais de 100 chefes de Estado e de Governo, convocados pelo secretário-geral para impulsionar as negociações de um novo acordo mundial para combater o aquecimento global.

 

Ban solicitou aos presentes que transmitam a seus Governos a necessidade de alcançar um acordo para reduzir as emissões de gases poluentes na conferência sobre mudança climática de dezembro próximo em Copenhague.

Publicidade

 

"É um imperativo moral e político que selemos um acordo em Copenhague", insistiu Ban, que assinalou que o objetivo da cúpula é "acelerar a passagem das negociações".

 

Ban pediu aos presidentes e primeiros-ministros que não atuem "apenas de acordo com seus interesses nacionais, mas como líderes mundiais que devem resolver um problema que afeta a todos".

 

Já Blair ressaltou que o importante nas negociações prévias à reunião de dezembro na capital dinamarquesa não é se concentrar em porcentagens concretas de redução de emissões, mas em "encaminhar o mundo para um menor consumo de dióxido de carbono".

 

"Na minha opinião há vontade política entre os líderes mundiais, mas a questão é traduzir essa vontade em um acordo", apontou.

 

Para ele, enquanto o Protocolo de Kyoto de 1997 sobre a mudança climática foi "um tratado que serviu para pôr este problema sobre a mesa", o pacto a ser conseguido em Copenhague "deve servir para resolvê-lo".

 

O ex-governante britânico insistiu que os negociadores em Copenhague devem acordar metas intermediárias para conseguir a redução de emissões, como em 2020, e assegurar que o novo tratado contenha medidas concretas para alcançá-las.

 

Blair foi o convidado de honra na abertura "da semana da mudança climática" junto a Hugh Jackman, ator famoso por sua interpretação do personagem Wolverine nos filmes da saga X-Men.

Publicidade

 

O australiano, embaixador da boa vontade da ONG World Vision, pediu que a resposta da comunidade internacional ao desafio do aquecimento global leve em conta os interesses dos países mais pobres.

 

"É impossível separar a mudança climática da pobreza porque não se pode resolver um sem o outro" advertiu Jackman, que apostou em um novo acordo sobre o tema que "funcione para todos".

 

Entre os presentes também estavam a ministra de Energia e Meio ambiente dinamarquesa, Connie Hedgaard, assim como os chefes das equipes negociadores de EUA, China e Índia.

 

Os quatro apostaram em alcançar em Copenhague um tratado que seja "justo e substantivo", embora tenham admitido as grandes dificuldades que enfrentam para reconciliar os interesses de cada membro da comunidade internacional.

 

"Hoje, se somos honestos, temos que reconhecer que o ritmo das negociações não é tão rápido como desejaríamos", apontou o enviado especial dos EUA para a mudança climática, Todd Stern.

 

Washington resiste a assinar um compromisso se economias emergentes, como China e Índia, que em breve superarão o Ocidente em quantidade de emissões absolutas, não aceitarem cortes específicos.

 

A Câmara de Representantes dos EUA aceitou recentemente impor pela primeira vez limites às emissões industriais, mas o Senado é, até o momento, reticente em ratificar tal medida.

Publicidade

 

China e Índia, por sua vez, consideram injusto pôr em risco seu crescimento econômico para solucionar um problema causado primeiramente pela poluição de países mais industrializados.

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.