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Observar baleias rende mais que caçá-las, diz ativista

Ecoturimos ligado a esses animais rendeu US$ 2,1 bi em 2008, superando benefícios econômicos da caça

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Por Redação
Atualização:

Nações onde há baleias deveriam considerar a possibilidade de encerrar a caça, já que a observação desses animais está sendo mais lucrativa, afirmou o grupo conservacionista Fundo Internacional para o Bem-Estar dos Animais (Ifaw, na sigla em inglês). Em entrevista à Reuters, o diretor da Ifaw, Patrick Ramage, disse que a indústria mundial de observação da baleia obteve lucro de US$ 2,1 bilhões em 2008, superando de longe os benefícios econômicos da caça da baleia pelo Japão, Islândia e Noruega. A atividade de observação de baleias começou no fim dos anos 1950, "em um pequenino barco de pesca perto da costa da Califórnia", e a partir daí deslanchou, disse Ramage. "Parte do crescimento é por ser uma indústria ainda relativamente nova e em desenvolvimento. A expansão de toda a indústria do ecoturismo tem muito a ver com isso", explicou. A atividade de observação de baleias cresceu a tal ponto que foi citada por ambientalistas no encontro anual da Comissão Internacional da Baleia, realizado esta semana em Portugal, como argumento para que as nações envolvidas com a caça parem com isso, especialmente num momento de recessão econômica. "De um lado há uma atividade de observação das baleias tremendamente próspera, propiciando renda para um amplo setor da comunidade litorânea, e de outro, a indústria baleeira fortemente financiada, com foco estreito", afirmou Ramage. Em 1986 foi estabelecida uma moratória na caça comercial da baleia, mas o Japão manteve a atividade para pesquisa científica, enquanto a Islândia e a Noruega continuam a lançar os arpões por razões comerciais. Ramage disse que um relatório apresentado na reunião da Comissão mostrou que a indústria da observação de baleias mais do que dobrou seus rendimentos em uma década. Em comparação, a caça comercial da tende a ser fortemente subsidiada pelos contribuintes e seria um mau negócio se o Estado removesse seu apoio, assinalou o relatório. A indústria da observação de baleias cresce a uma média de 3,7% por ano enquanto o turismo mundial se expande a 4,2%, segundo o relatório. Em 2008, 13 milhões de pessoas participaram de atividades de observação desses animais em 119 países. O relatório, compilado por uma consultoria australiana, foi mostrado pelos representantes da Austrália às delegações de governos que participam do encontro da Comissão. A Austrália é um dos vários países que defendem o fim da caça à baleia, argumentando que se trata de uma prática cruel que põe em risco a espécie.

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