Obama pressiona BP por plano de contingência para temporada de furacões

Presidente dos EUA afirma que ....

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Por Alessandra Corrêa
Atualização:

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse nesta segunda-feira que está pressionando a petroleira britânica BP a preparar um plano de contingência para impedir que a temporada de furacões no Caribe atrapalhe os esforços de contenção do vazamento de petróleo no Golfo do México. "Nós estamos pressionando a BP muito fortemente para garantir que todos os instrumentos estejam disponíveis para que, à medida que o petróleo seja capturado e separado adequadamente, haja recipientes para receber esse petroleo", disse o presidente. "E que nós tenhamos amplos planos de contingência caso haja uma emergência ou um furacão, para que esses mecanismos não sejam atingidos", afirmou Obama. A temporada de furacões no Atlântico começou na semana passada. No fim de semana, a BP anunciou que um funil especial colocado sobre o vazamento estava dando resultados e desviando mais da metade do petróleo para a superfície. Volume A estimativa é de que 11 mil barris por dia estejam sendo desviados para navios na supefície com a nova estratégia da BP para conter o vazamento. Obama disse, porém, que ainda não é possível saber com precisão o volume de petróleo que a BP está conseguindo recolher. "Nós ainda estamos tentando obter uma ideia mais precisa de quanto (petróleo) está sendo capturado", afirmou. O vazamento de petróleo no Golfo do México começou no fim de abril, quando a plataforma Deepwater Horizon, operada pela BP, explodiu e afundou, matando 11 funcionários. Desde então, estima-se que o poço danificado, localizado a uma profundidade de cerca de 1,5 mil metros, esteja liberando entre 12 mil e 24 mil barris diários de petróleo, no que já é considerado o pior desastre ambiental da história americana. Crise Diversas tentativas anteriores de conter o vazamento fracassaram, e a mancha de petróleo já atinge cinco Estados americanos. Nesta segunda-feira, Obama disse que o vazamento vai ser contido. "(O vazamento) vai ser contido. Pode levar algum tempo e vai demandar muito esforço. Haverá danos à costa do Golfo, e haverá danos econômicos, pelos quais temos de garantir que a BP seja responsabilizada e compense as pessoas atingidas", disse. "Mas a única coisa sobre a qual estou absolutamente confiante é que, assim como já fizemos antes, nós vamos superar essa crise." Meses O presidente, no entanto, disse que pode levar meses para que o problema seja solucionado. "Isso é o que sabemos: mesmo que sejamos bem-sucedidos em conter um pouco ou grande parte desse petróleo, nós não vamos ter este problema solucionado até que tenhamos os trabalhos de reparação bem finalizados, e isso vai levar alguns meses", afirmou. O presidente sugeriu que pescadores locais sejam contratados com seus pequenos barcos para ajudar no trabalho de limpeza e contenção. "Nós sabemos que muito petróleo foi vazado e que haverá mais petróleo vazado, não importa o quão bem-sucedidos seja esse esforço de contenção", disse. "Por isso é tão importante para nós continuar a empregar todos os recursos que tivermos para garantir que possamos reduzir a quantidade de petróleo na costa." Anos Também nesta segunda-feira, o chefe da Guarda Costeira dos Estados Unidos, almirante Thad Allen, disse que levará alguns meses para limpar a mancha de petróleo da superfície do Golfo, mas que o trabalho de limpeza dos pântanos e outros habitats afetados pelo vazamento poderá levar anos. A BP disse que já gastou US$ 1,25 bilhão (cerca de R$ 2,3 bilhões) nos esforços de contenção e limpeza. Tanto a petroleira britânica quando o governo americano têm sido duramente criticados por sua resposta ao acidente. Nesta segunda-feira, uma pesquisa de opinião encomendada pela rede de televisão ABC e pelo jornal The Washington Post revelou que 69% dos americanos consideram a resposta do governo ao desastre negativa. Em relação à resposta da BP, esse percentual sobe para 81%. Segundo a pesquisa, 73% dos americanos consideram o vazamento um desastre de grandes proporções, e 64% acham que a BP e outras empresas envolvidas deveriam ser submetidas a um processo judicial. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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