PUBLICIDADE

Obama defende energia limpa para gerar empregos

Por TIMOTHY GARDNER
Atualização:

O presidente dos EUA, Barack Obama, disse em seu discurso do Estado da União, na quarta-feira, que o país deve investir em energia limpa para estimular a criação de empregos, mas não citou a criação de um mercado para créditos de emissões de carbono. O projeto de lei sobre o clima que tramita no Congresso prevê a atribuição de um valor financeiro para as emissões de usinas elétricas, refinarias e fábricas, com a criação de um mercado de créditos para os poluentes responsáveis pelo efeito estufa. O texto também adota metas de redução das emissões de carbono nos EUA pelos próximos 40 anos. Adversários temem que os cortes nas emissões causem fechamento de vagas ou a transferência de postos de trabalho para o exterior. O desemprego nos EUA já está acima dos 10 por cento. Em seu primeiro discurso do Estado da União, na noite de quarta-feira (já madrugada de quinta no Brasil), Obama preferiu enfatizar o potencial da lei para atrair enormes investimentos na fabricação de painéis de energia solar, fazendas eólicas e outras fontes de energia limpa. Segundo ele, isso irá estimular a criação de empregos e as exportações para concorrentes como China e Índia. "Neste ano, estou ávido por ajudar a promover o esforço bipartidário no Senado", disse Obama, que acaba de perder a maioria qualificada de 60 votos no Senado, por causa da eleição de um republicano numa eleição suplementar em Massachusetts. "E, sim, isso significa aprovar um projeto energético-climático abrangente, com incentivos que irão finalmente fazer da energia limpa o tipo de energia lucrativa na América." Tentando "amaciar" os adversários da lei climática, ele promoveu a energia nuclear, a exploração de petróleo em alto mar e as usinas termoelétricas com carvão "limpo" como sendo outras áreas importantes de investimento. Ele não disse que o projeto terá de incluir mecanismos de limites e créditos de emissões. "Parece que a liderança democrática está se aferrando à legislação combinada de energia e mudança climática por enquanto. Embora ele não tenha dito 'limites e créditos', ele disse, sim, que (os democratas) irão pressionar por uma política climática abrangente", afirmou Will Pearson, analista global de energia da consultoria Eurasia Group. Obama tampouco citou a meta de redução de emissões que ele havia prometido antes da conferência climática da ONU em Copenhague, em dezembro - um corte de 17 por cento até 2020, em relação aos valores de 2005, condicionado à aprovação da lei climática no Congresso. (Reportagem adicional de Jeff Mason, Richard Cowan e Leonora Walet em Hong Kong)

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.