Negociador britânico pressiona por acordo em Copenhague

Ed Miliband diz que é preciso decidir imediatamente sobre temas como metas de emissão e financiamento

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Por Agência Estado
Atualização:

Negociadores pressionaram ainda mais, nesta segunda-feira, 14, para que se alcance um acordo global pelo corte das emissões de gases causadores do efeito estufa. Segundo eles, temas cruciais como as metas de emissões e o financiamento para os países pobres permanecem sem solução, há apenas cinco dias do prazo para se fechar um acordo.

 

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O secretário britânico para Mudanças Climáticas, Ed Miliband, disse nesta segunda-feira que cabe a ele e a seus colegas que estão em Copenhague a elaboração da estrutura de um pacto, e "não deixar tudo" para os 100 líderes que devem começar a chegar na quarta-feira. Um dos presentes na parte final da conferência deve ser o presidente dos EUA, Barack Obama.

 

Miliband notou que há ainda "temas difíceis" pela frente, que precisam ser solucionados nos próximos dias. "Nós podemos obter os cortes de emissões que precisamos. Necessitamos de mais ambição dos outros e estaremos pressionando por isso."

 

Um rascunho de acordo distribuído na semana passada a representantes das 192 nações não traz valores sobre financiamento nem sobre as metas de cortes de emissões causadoras do aquecimento global. O texto afirma que os países devem juntos reduzir suas emissões em entre 50% e 95% até 2050, e os países ricos devem cortar as emissões em entre 25% e 40% até 2020. Em ambos os casos, as metas devem ser calculadas a partir dos índices de emissões de 1990.

 

Até agora, as nações ricas se comprometeram a cortar suas emissões em níveis muito inferiores a esse mínimo. Negociadores e cientistas concordam que o aquecimento global pode levar a mudanças dramáticas, gerando mais secas, enchentes, tempestades mais violentas e a extinguindo algumas espécies.

 

Miliband disse que os países devem oferecer mais que um financiamento de curto prazo para os países em desenvolvimento, lembrando que a Grã-Bretanha pede um fundo anual de US$ 100 bilhões até 2020. Ele também avaliou que devem ser resolvidas as disputas entre países ricos e pobres sobre a melhor forma de demonstrar que os dois lados tomam medidas para reduzir emissões

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"O que não podemos é deixar uma série de assuntos para os líderes", notou Miliband. "Nós precisamos nos unir e agir para resolver algumas das importantes questões."

 

O rascunho mantém para os países ricos o mesmo padrão do Protocolo de Kyoto, de 1997. Segundo ele, essas nações têm, por força de lei, que cumprir metas de redução de emissões, estando sujeitas a punições caso não o façam. Já no caso dos países em desenvolvimento, como China, Brasil e Índia, o texto prevê que eles reduzam a taxa de aumento de suas emissões, mas rejeita a noção de que eles assumam compromissos com força de lei. A China é atualmente o maior poluidor do mundo, seguida pelos Estados Unidos.

 

A polícia monitora a área onde ocorrem as negociações na capital dinamarquesa, temendo novos protestos. No fim de semana, mais de 1.200 pessoas foram detidas em Copenhague, e quase todas já foram liberadas após interrogatório. Pouco mais de dez delas estão ainda presas, pois tinham acusações anteriores, entre elas agressões a policiais ou porte de objetos cortantes.

 

Na madrugada desta segunda-feira, houve relatos esporádicos de vandalismo. Um porta-voz da polícia disse que 12 veículos foram incendiados, incluindo três pertencentes à companhia dinamarquesa de energia Dong Energy. Também foi atacada uma sede do centro de imigração dinamarquês na capital. Não estava ainda claro se os ataques estavam relacionados à conferência sobre o clima. As informações são da Associated Press.

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