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Nature relaciona lacunas da ciência do clima

Revista mostra por que é tão difícil traçar modelos climáticos à prova de erros

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Por Redação
Atualização:

Matéria publicada pelo site Carbono Brasil traz uma investigação da Revista Nature sobre as verdadeiras lacunas na ciência climática - que tanto alimentam os céticos e desafiam pesquisadores de todo o mundo.  

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Elas não anulam a conclusão sobre as ações antrópicas e as mudanças climáticas, mas são um empecilho à criação de projeções mais exatas sobre o futuro do clima, diz a Nature. No mais recente relatório do Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas (IPCC), publicado em 2007, são listadas 54 incertezas chaves que prejudicam a ciência climática.

 

“Existem lacunas no nosso conhecimento sobre o sistema climático da Terra e seus componentes e sim, isto não está totalmente claro para o público. Mas este ambiente de suspeita sob o qual estamos trabalhando é insano. Isto está sugando nossa habilidade de comunicar falhas na nossa ciência quando algumas pessoas gritam ‘fraude’ pela menor razão”, explicou à Nature o pesquisador Gavin Schmidt, do Instituto de Estudos Espaciais Goddard da NASA.

 

A Nature classificou em quatro grandes áreas as lacunas na ciência climática: Previsões climáticas regionais, previsões de precipitações, aerossóis e dados paleoclimáticos.

 

Previsões climáticas regionais

 

Segundo a Nature, a informação que seria a mais importante da ciência climática para o dia-a-dia das pessoas é justamente a menos confiável. Para planejar seu futuro, as pessoas precisam saber como a sua localidade irá sofrer com as mudanças e não o quanto a temperatura média do planeta irá subir. Mas ainda há dificuldades para desenvolver previsões corretas para as mudanças climáticas em escalas regionais.

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A ferramenta utilizada para simular o clima são modelos gerais de circulação (GCMs), que representam os processos físicos na atmosfera, oceanos, camadas de gelo e na superfície terrestre. Esses modelos têm uma resolução muito ampla para uma previsão local.

 

Previsões de precipitações

 

O aumento na temperatura nas últimas décadas deve elevar a evaporação e acelerar o ciclo hidrológico, uma mudança que deve secar áreas subtropicais e aumentar a chuva em grandes latitudes. Mas as diferentes simulações utilizadas pelo IPCC divergem, e muito, na previsão de chuvas e nevascas no futuro.

Para piorar, os modelos climáticos parecem subestimar o quanto as precipitações já se alteraram, o que prejudica demais a confiabilidade de projeções futuras.

 

Aerossóis

 

Cientistas ainda têm muitas dúvidas de como partículas de black carbon, sal marinho, sulfatos e poeira afetam a temperatura e as chuvas.  De uma maneira geral, se pensa que os aerossóis diminuem o calor ao bloquear os raios do sol, mas as estimativas desse efeito variam enormemente.

 

Existem grandes dúvidas sobre de que forma esse material interage com as nuvens. Para complicar ainda mais, vários estudos produziram conclusões conflitantes se a poluição dos aerossóis está aumentando ou diminuindo.

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Dados paleoclimáticos

 

Registros dos últimos 150 anos mostram um agudo aumento da temperatura nas últimas décadas, o que não pode ser explicado por alguma razão natural. É assumido que esse fenômeno se deve à ação humana. Porém, dados anteriores a 1850 não são tão confiáveis e os cientistas precisaram ir atrás de maneiras de descobrir os padrões de temperatura.

 

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A Paleoclimatologia recorre a anéis nos troncos das árvores, recifes de coral, sedimentos em lagos, movimentos glaciais e outros recursos para ter noção da temperatura no passado. Com esse tipo de informação, foi possível descobrir, por exemplo, que houve uma pequena era do gelo em torno de 1700.

 

Porém o uso e a interpretação desses dados geram controvérsia e muitos questionamentos.  O próprio IPCC adota uma postura cautelosa e conclui que é “provável” que a segunda metade do século XX foi o período de 50 anos mais quente no Hemisfério Norte nos últimos 1300 anos. O Painel ainda reconhece que existe legitimidade nas dúvidas sobre as pesquisas paleoclimáticas.

 

Com dados do site Carbono Brasil

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