Minc apreende dois barcos lagosteiros em Natal

Lagostas vão aguardar o leilão para pagamento da multa pela prática de pesca predatória

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Por Valdir Julião
Atualização:

O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, participou de surpresa da apreensão de dois barcos lagosteiros a 20 milhas da costa ao norte de Natal, que foram escoltados, na manhã desta sexta-feira, 17, até a Capitania dos Portos do Rio Grande do Norte, onde vão aguardar o leilão para pagamento da multa pela prática de pesca predatória da lagosta com o uso de compressores. A polícia ambiental teve de usar um pouco de força para interceptar um dos barcos, que só parou depois de receber tiros de balas de borracha na cabine. Ao pressentirem a chegada dos fiscais, os pescadores jogaram as lagostas ao mar. Minc veio a Natal lançar uma campanha de conscientização contra a pesca ilegal da lagosta, dos tipos rosa e cabo verde, que só podem ser capturadas na fase adulta, quando as caudas tiverem,no mínimo, com 13 e 11 centímetros. O ministério do Meio Ambiente pretende subsidiar os pescadores para a aquisição e uso de equipamentos artesanais na pesca da lagosta. "Não é possível que depois de 12 anos o Brasil produza metade da lagosta que produzia", disse ele, a respeito dos efeitos da pesca predatória para a economia dos três estados maiores produtores de lagosta: Rio Grande do Norte, Ceará e Pernambuco. O ministro também vai propor aos proprietários de barcos e aos intermediários, comerciantes que têm mais lucros com a venda da lagosta, a criação de um selo a exemplo do que existe hoje com relação a madeira da Amazônia. Além disso, Minc informou que o ministério vai subsidiar os pescadores na compra de equipamentos de pesca artesanal, embora no ano passado, alguns deles tenham usado o dinheiro da indenização por ocasião da entrega de coiceiros (redes de pesca), para voltarem a comprar esse tipo de material muito usado na pesca predatória. O ministério vai fiscalizar a pesca da lagosta com oito barcos infláveis de pequeno porte entre o litoral do Espírito Santo e Maranhão e depois de porte médio entre a costa do Amapá e Pará, onde a lagosta aparece mais em mar aberto. Outra medida foi colocar GPS em mil barcos pesqueiros, mas idéia é ampliar esse número para 2.500 barcos.

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