Lula pede ação dos países em desenvolvimento, 'mesmo na ausência de recursos internacionais'
SÃO PAULO - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu nesta quinta-feira, 17, ambição às nações no corte de emissões de gases-estufa. "Se queremos ser ambiciosos, devemos almejar o patamar de 40% nas reduções das emissões até 2020", disse Lula durante discurso no plenário da cúpula da ONU sobre as mudanças climáticas, em Copenhague. "Reduzir em 50% as emissões até 2050 em comparação com 1990 ajudará a assegurar o objetivo desta cúpula."
Veja também:
O presidente brasileiro exigiu que os países desenvolvidos "assumam metas à altura das suas responsabilidades históricas". "É inaceitável que os países menos responsáveis pelo aquecimento global sejam as principais vítimas. E os efeitos da mudança climática já se fazem sentir sobretudo pelos países mais pobres", completou.
Além de alertar para a necessidade de implementar medidas emergenciais, Lula defendeu uma colaboração das nações desenvolvidas no que diz respeito à tecnologia e informação que podem ser utilizadas no combate às mudanças climáticas. "O fluxo internacional de tecnologia e informação neste setor ainda é uma tímida promessa, uma miragem."
Lula disse que os países em desenvolvimento, como Brasil, China e Índia, devem contribuir, mesmo na ausência de recursos internacionais, no combate ao aquecimento. O presidente brasileiro comentou durante o discurso a atuação do governo federal contra o desmatamento da Amazônia e também sobre o uso de energias renováveis no País. "O Brasil possui as matrizes energéticas mais limpas do mundo. Cerca de 40% das nossa energia é renovável."
Sobre o impasse nas negociações durante a cúpula, Lula disse que o controle do aquecimento global depende de um esforço coletivo. "Esta conferência não é um jogo de esconder cartas na manga. Ao final da partida, poderá ser tarde demais e todos seremos perdedores", disse o presidente brasileiro.
No encerramento de seu discurso, Lula clamou pela ação de todas as nações nos últimos dias de negociações na cúpula em Copenhague. "O Brasil participa desta conferência com a determinação de obter resultados ambicioso, mas esta ambição deve ser compartilhada por todos. A fragilidade de uns não deve servir de pretexto para o recuo de outros, e não podemos permitir que interesses corporativos e políticos ditem as discussões", disse o presidente brasileiro. "A hora de agir é esta. O veredicto da história não poupará os que faltarem com suas responsabilidades neste momento.”