Kassab anuncia encontro de cidades e critica falta de metrô em SP

C40 vai reunir prefeitos de megalópoles mundiais para discutir sustentabilidade urbana em SP

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Por Gustavo Bonfiglioli
Atualização:

O prefeito Gilberto Kassab anunciou nesta sexta-feira que pretende direcionar 2% do orçamento municipal a políticas ambientais e reclamou da falta de metrô, que tem como consequência direta o excesso de carros pelas ruras, como o principal problema ambiental da cidade. O prefeito estava no lançamento do C40, congresso internacional de prefeitos de 47 megalópoles mundiais para discutir padrões de sustentabilidade urbana. O evento, que terá mesas-redondas e apresentação de cases de sucesso de planejamento verde, será sediado em São Paulo entre 31 de maio e 3 de junho.

 

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Segundo Kassab, o C40 é uma oportunidade de consolidar a liderança ambiental de São Paulo no cenário das metrópoles mundiais.

 

“Fomos escolhidos na última edição, em Seul, pela nossa política ambiental. Esse é o momento de dar mais visibilidade para ela." As cidades ocupam apenas 2% do planeta, mas respondem por mais de 70% das emissões de gases causadores do efeito estufa, segundo a organização do C40.

 

O prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, e o ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton confiramaram presença e as cidades brasileiras serão representadas pelos prefeitos de São Paulo, Rio e Curitiba.

 

Eduardo Jorge, secretário municipal do Verde e Meio Ambiente, defendeu que esta é a última oportunidade do ano para que as cidades reivindiquem seu papel na política ambiental global. “Estamos às vésperas da conferência do clima da ONU em Durban e da Rio +20. O C40 traz a possibilidade de as cidades divideram a governaça ambiental com os governos nacionais e a ONU.”

 

“É o maior evento para pensar a mitigação e a adaptação das cidades às mudanças climáticas”, afirmou o secretário municipal de Desenvolvimento Urbano, Miguel Bucalem.

 

Ar mais limpo. Kassab destacou a mitigação da poluição do ar como destaque a ser apresentado no C40, principalmente pela implementação do programa de inspeção veicular e pelas medidas adotadas para capturar gases de aterros sanitários e gerar energia. Especificamente, o prefeito fala das termelétricas instaladas nos aterros sanitários Bandeirantes e São João, respectivamente nos bairros Perus e São Mateus, que utilizam o metano emitido para a geração da energia.

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Questionado sobre a arrecadação dos aterros, o prefeito afirma que o montante, avaliado em R$ 70 milhões e obtido com a venda de créditos de carbono em leilão, é aplicado em projetos para a comunidade local. Kassab aproveitou para anunciar o aumento do orçamento municipal para a secretaria de Meio Ambiente. “Tivemos a oportunidade de aumentar as verbas de 0,4 a 1,1% para a Secretaria de Meio Ambiente, e queremos chegar a 2%.”

 

Segundo o prefeito, o pior problema ambiental hoje na cidade é a falta de mais linhas de metrô, o que obriga o uso de carro pela população. “São apenas 70 km de linhas, e estamos pagando o preço histórico pela falta de atenção para essa política pública."

 

Kassab descarta a possibilidade de pedágio urbano, utilizado em metrópoles como Londres, porque, em São Paulo, as pessoas que têm carro já são penalizadas por rodízio e por uma carga tributária elevada. “São pessoas que não tem outra alternativa, porque o metrô é insuficiente e elas precisam do carro todos os dias,e  já pagam muito por isso”. O prefeito não menciona qualquer iniciativa de redução de carros nas ruas.

 

Já o secretário do Meio Ambiente, Eduardo Jorge, explica a impossibilidade de reduzir carros das ruas com uma metáfora médica: “Trânsito é uma questão de veias, artérias e capilares da cidade e da sociedade. Não dá pra fazer cirurgia no tráfego, tem que ter uma abordagem clínica, tem que ir devagar”.

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