Irritação mútua: China rebate acusações do Reino Unido

Chineses dizem que países ricos estão tentando semear a discórdia entre países em desenvolvimento

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Por Andrew Jacobs
Atualização:

As autoridades chinesas, atormentadas pelas críticas do Ocidente de que a China havia sabotado um acordo vinculativo para reduzir gases de efeito estufa durante um encontro em Copenhague, reagiram na terça-feira dizendo que as nações ricas estavam tentando semear a discórdia entre

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os

países em desenvolvimento, em uma tentativa cínica de evitar a redução das suas próprias emissões.

Em comentários feitos para a mídia estatal, a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros disse que as afirmações feitas pelo Secretário de Estado britânico Ed Miliband foram ofensivas. Miliband disse que Pequim tinha impedido a passagem de um acordo robusto para energia e alterações climáticas na COP.

Miliband, num artigo publicado domingo no jornal The Guardian, acusa a China de esvaziar uma proposta que teria reduzido as emissões globais em 50% até 2050, com os países desenvolvidos prometendo reduzir o aquecimento do clima causado pela poluição em 80% no mesmo período. “As últimas duas semanas, por vezes, levaram o público a ter uma imagem ridícula do encontro'', escreveu ele. “Nós não podemos permitir mais que negociações sobre méritos reais possam ser desviadas dessa maneira.''

Embora não Miliband não fosse identificado pelo nome, a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Jiang Yu, disse que “um político britânico quis evitar as obrigações dos países desenvolvidos semeando a discórdia entre os países mais pobres. A tentativa, segundo ela, foi fadado ao fracasso.

“Nós pedimos a eles (países desenvolvidos) para corrigir erros e cumprir suas obrigações para com os países em desenvolvimento, de uma forma séria, sem realizar atividades que pudessem dificultar o diálogo com a comunidade internacional'', disse a porta-voz. Ao contrário de muitos europeus, que estavam descontentes com o final das negociações na COP, os líderes chineses se dizem satisfeitos com o resultado, que lhes permitiu manter a sua proposta inicial - uma meta de 45% no corte da intensidade de emissões de carbono até 2020 - praticamente intacta.

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Embora os grupos ambientalistas tenham manifestado alguma decepção, eles têm pano para a manga pela frente: monitorar o compromisso americano de levantar US $ 100 bilhões para as nações pobres e tentar negociar a concessão da China para permitir a verificação de suas emissões de carbono.

 

Alex L. Wang, diretor do projeto de lei ambiental do Consulado de Recursos Naturais da China, disse que o foco em um acordo juridicamente vinculativo obscurecida muitos dos progressos realizados em Copenhague. Ele disse que os próximos meses serão críticos, com detalhes do acordo ainda sendo negociados e os legisladores dos Estados Unidos às voltas com a legislação climática. “Não é um negócio perfeito, mas pelo menos estamos fazendo a coisa se mexer,''disse ele.

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