O governo indiano anunciou nesta sexta-feira um significante corte no crescimento de suas emissões de carbono para a próxima década. Havia uma grande expectativa sobre a decisão, já que a Índia era o único país entre os grandes emissores que ainda não havia determinado sua meta. O plano indiano é menos ambicioso do que o dos EUA e da China. No entanto, o anúncio amplia o debate sobre os limites da emissão às vésperas da Conferência do Clima da ONU, que começa na segunda-feira (dia 7) em Copenhague, na Dinamarca.
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O ministro do Meio Ambiente da Índia, Jairam Ramesh, afirmou que o projeto do país é reduzir entre 20% e 25% o lançamento de carbono na atmosfera, em relação aos índices de 2005. Isso significa que as emissões continuarão crescendo, mas a um ritmo mais lento.
“Devemos ser flexíveis sem comprometer os interesses básicos da nação”, disse Ramesh, acrescentando que as emissões vão crescer, mas de uma maneira mais controlada, já que a Índia caminha para uma economia mais eficiente em relação ao uso energético. A Índia é o quinto país no ranking dos maiores poluidores, com 4,7 do total de emissões no mundo. EUA e China são os primeiros, com 40%. Brasil, Rússia e Indonésia são os próximos da lista.
Ambientalistas indianos qualificaram a proposta como insuficiente. “Ela apenas endossa o comprometimento dos americanos, que é insignificante”, disse Sunita Narain, do Centro de Ciência e Meio Ambiente de Nova Délhi. A meta, porém, foi elogiada pelo Greenpeace, dizendo que a meta coloca o país como um forte negociador.