Grande parte de Kiribati está só 5 metros acima do nível do mar. Nas 33 ilhas do arquipélago do qual a ilha faz parte, o avanço do Pacífico tem sido de 5,1 milímetros por ano. Tempestades cada vez mais violentas alteraram a rotina do país. O volume de água potável já é crítico e a agricultura está sendo afetada. Moradores da costa mudaram-se para o interior e o governo está treinando a população em profissões que possam ser úteis em outros países, como a de mergulhador profissional.
Um acordo em Copenhague “determinará se vamos continuar existindo ou não”, diz Tong. “Somos o rosto das vítimas das mudanças climáticas.” Vítimas inocentes, aliás. Dados do Fórum Humanitário Global, criado pelo ex-secretário-geral da ONU Kofi Annan, indicam que os 50 países que, como Kiribati, são os mais vulneráveis aos efeitos do aquecimento global geraram só 1% das emissões mundiais de gás carbônico nos últimos cinco anos.
A ideia de mudança para outro território ainda é vista como medida de emergência. Mas Tong acha que é preciso se preparar para o pior. “Ou procuramos um lugar seguro para continuar nossa sociedade ou aceitamos passivamente a ideia de que vamos desaparecer.”