Grã-Bretanha: 'um punhado de países' arruinou acordo sobre clima

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Por PETER GRIFFITHS
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Um punhado de países bloqueou um acordo legalmente vinculante sobre mudança climática em Copenhague e o processo das negociações precisa de uma reforma urgente para evitar que algo similar ocorra no futuro, disse na segunda-feira o premiê britânico Gordon Brown. Segundo ele, o acordo alcançado após rodadas de negociações na capital dinamarquesa foi, "na melhor das hipóteses, falho e, na pior, caótico". "Nós não vamos permitir que alguns poucos países nos segurem", disse ele numa reunião sobre meio ambiente em Londres. Brown não mencionou os países em questão. Mas acrescentou: "o que aconteceu em Copenhague foi um processo falho de tomada de decisões. Nós temos apenas de encontrar um modo de levar adiante esse processo". Em um artigo no Guardian de segunda-feira, o secretário britânico para Energia e Mudança Climática, Ed Miliband, culpou a China por bloquear as metas de emissão. Ele também relacionou o Sudão, a Venezuela, Bolívia, Nicarágua e Cuba com o fracasso para se fechar um acordo. A China disse que trataria as conversações sobre um pacto global de mudança climática em 2010 como uma luta contra o "direito ao desenvolvimento", disse uma autoridade chinesa, assinalando uma disposição menor para fazer acordos após a cúpula de Copenhague. A China, o maior emissor mundial de gases-estufa provenientes de atividades humanas e a maior economia dos países em desenvolvimento, esteve no centro das negociações. Mais tarde, Miliband disse que "quatro ou cinco países entre os 192" ficaram no meio do caminho para um acordo em Copenhague. "Minha maior frustração foi que não divergimos sobre pontos substanciais, estávamos arguindo sobre procedimentos", afirmou Miliband na reunião em Londres. A cúpula em Copenhague terminou com um acordo quase mínimo no sábado, quando delegados selaram um acordo proposto por EUA, China e outras potências emergentes, que ficou bem aquém dos objetivos originais.

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