Governo lança sistema para integrar dados sobre a biodiversidade

Além de fortalecer as pesquisas, plataforma online deverá apoiar políticas associadas à conservação e uso sustentável dos recursos 

PUBLICIDADE

Por Fabio de Castro
Atualização:

SÃO PAULO - O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) lançou nesta segunda-feira, 24, uma nova plataforma online que integrará todo tipo de informação científica sobre a biodiversidade brasileira. O objetivo do Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira (SiBBr) é facilitar o acesso a esses dados, para potencializar novas pesquisas e subsidiar políticas públicas de meio ambiente.

PUBLICIDADE

O SiBBr pretende disponibilizar, em um sistema aberto, bases de dados, ferramentas para gestão de coleções biológicas, publicações, qualificação e análise das informações, de acordo com Andrea Portela Nunes, coordenadora-geral de Gestão de Ecossistemas da Secretaria de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento (Seped/MCTI).

Veja imagens de espécies brasileiras já disponibilizadas na plataforma: 

"Hoje, quando um pesquisador faz um doutorado sobre um determinado grupo taxonômico, é preciso antes fazer um caro e exaustivo levantamento biogeográfico, procurar obras raras - muitas vezes no exterior - e consultar coleções biológicas dentro e fora do Brasil. A nova infraestrutura simplificará muito esse trabalho, melhorando a qualidade dos estudos", disse Andrea.

Segundo ela, além de fortalecer as pesquisas, o SiBBr deverá apoiar o processo de políticas públicas associadas à conservação e ao uso sustentável dos recursos naturais. De acordo com Andrea, quando um gestor precisa estabelecer um instrumento de políticas públicas - seja de avaliação do risco de extinção de espécies, ou de revisão de áreas de conservação, por exemplo - ambos os processos são feitos da mesma maneira: reúnem-se centenas de pesquisadores levando debaixo do braço um conjunto de informações para mapear o que pode ser aplicado. 

"Esse processo também mudará. O lançamento do SiBBr é o primeiro passo para termos uma infraestrutura nacional de dados e conteúdos em biodiversidade. Agora, uma só plataforma reunirá informação documentada, experiências e dados de inúmeras coleções biológicas", declarou. De acordo com ela, o novo repositório de dados ecológicos reunirá todo tipo de dado em biodiversidade, como o diâmetro de uma árvore ou uma ocorrência de duas espécies juntas, por exemplo. 

Até o fim de 2016, segundo Andrea, o SiBBr deverá receber, a partir de coleções biológicas no Brasil e no exterior, mais de 2,5 milhões de registros de ocorrência de espécies que ainda não estão documentados em parte alguma. "Outros 7 milhões de registros já estão disponíveis online em diversas bases de dados de coleções biológicas brasileiras, mas serão integrados ao SiBBr", disse. A plataforma dará acesso também à produção bibliográfica e a outras mídias, como bancos de sons e de imagens.

Publicidade

Para a integração dos dados de outras coleções, foram firmadas parcerias com o Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG/MCTI), o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), o Ministério do Meio Ambiente (MMA), o Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo, o Jardim Botânico do Rio de Janeiro, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Publicidade

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.