Governo do Rio quer mudar obra para preservar rã e peixe

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Por Talita Figueiredo
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Na tentativa de preservar dois animais ameaçados de extinção, uma rã de apenas dois centímetros e um peixe também diminuto, o governo do Rio de Janeiro encaminhou ao Ministério do Meio Ambiente duas propostas de modificação do Arco Rodoviário. A obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) está orçada em quase R$ 1 bilhão e tem um trecho paralisado há nove meses para não afetar o período de acasalamento da rã.A primeira opção é construir túneis de dois metros de altura sob o aterro, que será necessário para construção da estrada que vai ligar os viadutos da Via Dutra com a antiga Rio-São Paulo. A estrada ficará a seis metros do solo. Os túneis seriam transversais à via e serviriam para deixar livre um espaço para a locomoção da rã, que vive épocas na área seca e outras no brejo. A outra solução seria, além de um trecho de túneis, fazer também uma ponte sobre o brejo onde vivem as rãs e os peixes. De acordo com o subsecretário de Obras, Vicente Loureiro, as soluções apontadas por especialistas possibilitam proteger a rã Physalaemus soaresi e o peixe Notholebias minimus, que vivem no brejo da Floresta Nacional (Flona) Mário Xavier, em Seropédica, na Baixada Fluminense. A decisão será tomada por técnicos do ICMBIO (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), órgão do ministério."Durante o período de suspensão das obras, necessário para o acasalamento da rã, fizemos um monitoramento da vida e do comportamento dessas duas espécies. Definimos então duas propostas que vão possibilitar que as espécies possam transitar pelas subregiões, a floresta seca e o brejo, que é a área que precisa de mais atenção", afirmou Loureiro.O custo da modificação do projeto ainda não foi estimado, já que o orçamento para essas obras só será feito caso sejam aprovadas pelo instituto ambiental. O trecho da obra é de 4 km, dos 145 programados para o Arco Rodoviário, fica no lote 3 e que tem extensão total de 70,9 quilômetros. A previsão de finalização da obra era dezembro deste ano, mas ainda não se sabe se o cronograma poderá ser cumprido.

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