BRASÍLIA - A poucos metros do estacionamento do Estádio Mané Garrincha, onde o governo do Distrito Federal ergueu estruturas para sediar o 8.º Fórum Mundial da Água, as torneiras estão secas.
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É dia de racionamento em praticamente toda a Asa Norte, região do Plano Piloto de Brasília, que sedia o evento internacional. Não há desabastecimento na área do estádio e do Centro de Convenções Ulisses Guimarães, mas a população que mora a menos de 500 metros dali está sem água, por causa da crise hídrica que atinge o Distrito Federal, situação que ainda não tem data para acabar. Quem tem na região está utilizando caixa d'água.
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Os protestos pela falta de água durante o primeiro dia do evento foram marcados pela presença de agentes da Polícia Civil, que levaram um boneco inflável gigante do governador Rodrigo Rollemberg (PSB), para o local de acesso ao centro de convenções. A água, no entanto, era apenas pretexto para o barulho dos policiais. O que os agentes realmente cobram é a equiparação de seus salários com os da Polícia Federal.
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Com faixas em português e inglês, os policiais criticaram a incapacidade do governo de resolver os problemas básicos de sua gestão, quanto mais lidar com o racionamento que afeta a região há mais de um ano.
Na abertura oficial do fórum, no Ministério das Relações Exteriores, Rodrigo Rollemberg disse que o Distrito Federal sairá do rodízio até o fim deste ano. Sua gestão culpa o atraso de obras de governos anteriores pelos problemas atuais com o abastecimento.
A previsão é que, até sexta-feira, 23, cerca de 40 mil pessoas participem do evento, que projeta receber 5 mil estrangeiros. A última edição do encontro, em 2015, foi realizada pela Coreia do Sul. Antes o evento passou por França, Turquia, México, Japão, Holanda e Marrocos.