EUA e China entram em confronto nas negociações da COP-15

Chefe da delegação chinesa afirma que nações ricas limitam-se a 'palavras bonitas' sobre ajuda aos pobres

PUBLICIDADE

Por Agência Estado
Atualização:

Na Conferência do Clima (COP-15) da ONU em Copenhague, a terça-feira foi marcada pelo conflito entre os dois maiores emissores mundiais de gases de efeito estufa, China e Estados Unidos. Enquanto os chineses acusaram os EUA e outras nações ricas de contribuírem para o retrocesso das negociações, o principal enviado americano declarou que Washington não iria alterar a sua oferta de redução das emissões.

 

Veja também:

 

PUBLICIDADE

Para amenizar as tensões, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que as nações ricas devem parar de trocar acusações e cooperar para ampliar os compromissos de corte de emissões de gás carbônico, para salvar as negociações da COP. 

 

O chefe da delegação da China para assuntos climático, Xie Zhenhua, acusou os países ricos de fazerem "promessas vazias" sobre a formação de um fundo para ajudar países em desenvolvimento a combater as mudanças climáticas.  "Eles apenas apresentaram palavras bonitas sobre a ajuda a países em desenvolvimento por meio de recursos e transferência de tecnologia...mas não querem tomar qualquer medida real", disse ele.

 

Os comentários de Xie Zhenhua destacam a grande divisão entre países desenvolvidos e em desenvolvimento a apenas dois dias da chegada de mais de 100 líderes mundiais que devem participar das negociações na capital dinamarquesa. Questionado sobre se ele achava que alguma resolução com poder legal pode surgir da conferência de Copenhague, Xie disse: "neste estágio das negociações, há muitas possibilidades".

 

Xie havia reiterado mais cedo nesta terça-feira durante uma coletiva de imprensa com representantes da Índia, Brasil e África do Sul, que os países ricos devem ampliar sua provisões sob o Protocolo de Kyoto e o mapa de Bali para que se alcance um novo acordo na conferência de clima da ONU. "Os países ricos não deveriam reescrever princípios já existentes (no novo acordo)", disse Xie.

 

A China e outros países em desenvolvimento vêm resistindo às  tentativas de fazer com que seus cortes nas emissões sejam obrigatórios e abertos à verificação internacional, em vez de voluntários. A China é o maior emissor do mundo e faz parte do bloco de nações em desenvolvimento nas negociações, o G77, mas os Estados Unidos não consideram incluir a China entre os países que receberão auxílio financeiro para combater as alterações climáticas. 

Publicidade

 

Nesta terça-feira, em Pequim, a China acusou os países desenvolvidos de tentar escapar às suas obrigações para ajudar as nações pobres a combater o aquecimento global. "Nós ainda defendemos que os países desenvolvidos têm a obrigação de prestar apoio financeiro", disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Jiang Yu, acrescentando que essa "será a condição fundamental para o sucesso da Conferência de Copenhague".

 

(Com informações da Dow Jones e da Associated Press)

 

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.