LONDRES - Quase 3 mil especialistas em meio ambiente de todo o mundo dão início nesta segunda-feira, 26, à conferência Planet Under Pressure (Planeta sob pressão, na tradução do inglês) para traças as linhas básicas de um acordo global contra as mudanças climáticas antes que a situação chegue torne-se incontornável.
Os especialistas - dentre os quais encontram-se cientistas, políticos e empresários - participarão de quase 200 sessões de debate que durarão até a quinta-feira para definir uma postura condizente com as propostas a serem discutidas na Rio+20, a conferência mundial sobre o meio ambiente a ser realizada em junho.
Já no primeiro dia do encontro, a comunidade internacional foi pressionada a tomar medidas imediatas para frear as mudanças climáticas. "Esta década é crítica para o futuro do planeta. Se não revertermos imediatamente o aquecimento global, não haverá retorno", disse Will Steffen, diretor do Instituto de Mudanças Climáticas da Universidade Nacional da Austrália, acrescentando que o degelo das calotas polares será iminente em pouco tempo.
Steffen destacou "a grande aceleração" da contaminação e do consumo de recursos produzidos desde a Segunda Guerra Mundial, o que levou o planeta a uma situação limite.
Já a diretora do Instituto do Meio Ambiente da Universidade do Arizona, Diana Liverman, disse que, embora a situação seja crítica, há dados que abrem perspectivas positivas. "O crescimento demográfico está desacelerando, a quantidade de energia necessitada para a produção é cada vez menor e a proliferação da agricultura intensiva provocou o aumento da superfície verde em algumas zonas", detalhou.
Nos próximos dias, a conferência vai estudar as opções e oportunidades para o desenvolvimento sustentável, assim como os obstáculo que impedem a elaboração de um acordo global sobre o clima.