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El Niño em formação põe em alerta Américas e Ásia

Por RENE PASTOR
Atualização:

O governo dos Estados Unidos informou nesta quinta-feira que está se desenvolvendo no oceano Pacífico um padrão de clima do temível El Niño, deixando em alerta países da Ásia às Américas para possível devastação de lavouras, infraestrutura, portos e minas. O fenômeno, causado pelo aquecimento das águas no Pacífico, já provocou seca na Austrália e atrasou as monções na Índia. Seu impacto poderá ser sentido na América Latina e na América do Norte no outono do hemisfério norte. O Centro de Previsões Climáticas, um escritório sob o controle da Administração Nacional da Atmosfera Oceânica dos EUA, afirmou em um relatório mensal nesta quinta-feira que o oceano Pacífico na região equatorial "passou para as condições do El Niño". As tendências são de um "El Niño de fraco a moderado" para o inverno do hemisfério norte em 2009, "com a possibilidade de maior fortalecimento depois." O fenômeno foi verificado pela primeira vez por pescadores de anchovas no século 19 e os cientistas dizem que tende a aparecer em ciclos de três a cinco anos. O El Niño de 1997/98 matou mais de 2.000 pessoas e causou bilhões de dólares em prejuízos. Este El Niño está atacando justo quando os países lutam para superar o impacto da pior crise financeira desde a Grande Depressão, em 1929. O Bureau de Meteorologia da Austrália afirmou em um relatório na quarta-feira que há muito "pouca chance de o desenvolvimento atual (do El Niño) não ir adiante ou se reverter." "Não parece fraco, mas também não parece que vai atingir os níveis de 1997/98", disse Andrew Watkins, do bureau, em Sydney. Uma seca provocada pelo El Niño representaria um grande risco para a produção australiana de trigo, afetaria a produção de óleo de palmeira de grandes produtores da Malásia e Indonésia e atingiria a plantação de arroz das Filipinas. A principal fonte de preocupação para os negociadores de commodities é a Índia, onde o El Niño parece ter contribuído para que a estação chuvosa das monções seja mais fraca do que o normal. Essas chuvas são essenciais para a vasta agricultura do país. Apesar de as chuvas agora cobrirem toda a Índia, o Departamento Meteorológico do país diz que, considerando o período a partir de 1o de julho, as chuvas estão 29 por cento abaixo do normal.

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