Desenvolvimento é crucial na questão climática, diz China

A China tratará as negociações sobre um novo tratado climático em 2010 como uma luta pelo "direito a se desenvolver", disse uma autoridade do país, sinalizando mais polêmicas no processo pós-Copenhague. A conferência climática na capital dinamarquesa terminou no sábado com um sucinto comunicado que "registrava" um acordo em linhas gerais fechado na última hora entre os Estados Unidos e grandes países em desenvolvimento - China, Índia, Brasil e África do Sul.

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Por Reuters
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 A China, maior emissora global de gases do efeito estufa e maior economia em desenvolvimento, foi crucial nas negociações, revelando sua crescente assertividade nos assuntos globais durante as torturantes negociações noite adentro. Agora, começa a ser discutido um tratado com valor jurídico, a ser aprovado em 2010. Yi Xinaliang, funcionário da chancelaria chinesa, indicou em declarações divulgadas na segunda-feira pelo jornal Diário do Povo que "a discussão diplomática e política sobre a mudança climática que está se abrindo será focada no direito a se desenvolver e no espaço para se desenvolver". De acordo com ele, as negociações de Copenhague mostraram que "os conflitos estavam cada vez mais agudos, e o centro das disputas estava constantemente envolvendo os interesses centrais de cada país". Depois da cúpula, autoridades chinesas ofereceram uma visão otimista dos resultados, e o negociador-chefe Xie Zhenhua se disse "feliz" com a declaração obtida. Mas a China enfrenta desconfianças sobre a supervisão sobre suas metas de restrição das emissões de gases do efeito estufa. Também há dúvidas sobre a ajuda financeira que os países ricos destinarão para que Pequim e outros governos de nações em desenvolvimento se adaptem à mudança climática. "O acordo obtido foi melhor do que um colapso total", disse Wang Ke, especialista em política da mudança climática da Universidade Renmin, que esteve em Copenhague como observador da cúpula. "Mas a China e outros países em desenvolvimento irão sentir que as negociações que virão serão igualmente duras conforme entrarmos nos detalhes... Os compromissos de financiamento dos países desenvolvidos ainda são vagos, e as questões de transferência de tecnologia mal foram mencionadas (no texto final de Copenhague)." O texto cita a perspectiva de um fundo climático anual de 100 bilhões de dólares até 2020 para as nações em desenvolvimento, mas não especifica de onde viria o dinheiro. A China diz que se vê no direito de ter acesso à verba, mas que a prioridade será dos países mais vulneráveis.

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