O pesquisador Daniel Simiele, da Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira da Universidade Estadual Paulista (Unesp), inventou uma maneira nova de produzir concreto: substituiu a areia por resíduos de construção e demolição. Obteve um produto de 20% a 30% mais barato e com resistência 39,5% superior, em média, à estabelecida pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Veja a seguir as etapas de produção do concreto reciclado.
Tritura dos resíduosRestos de construção civil (principalmente de passeios públicos e de demolições) são triturados neste britador, que é equipado com várias lâminas. O resultado: uma mistura que parece areia, mas é um pouco mais grossa, que será empregada na produção do concreto.
MisturaAo substituir 60% da areia pela mistura, o pesquisador descobriu que o concreto reciclado tinha resistência mais elevada que o tradicional – acima dos 35 MPa (megapascal) requeridos pela ABNT. Também apresentou elasticidade 14% superior à exigida pela norma.
Fabricação dos blocosSimiele fez peças pré-moldadas de diferentes espessuras – 3 e 6 cm – e concluiu que os blocos mais finos eram mais resistentes. Todos eles foram moldados em fôrmas de plástico de baixo custo. Assim, prefeituras de cidades pequenas e comunidades terão como produzir os tijolos.
Utilização Os blocos de concreto reciclado podem ser usados na pavimentação intertravada – versão atualizada dos velhos calçamentos de paralelepípedo. Empregados em calçadas e praças, são perfeitos para orlas como esta, da Praia de Boa Viagem, no Recife.