Compromisso com o desenvolvimento sustentável é de primeira hora, diz Temer

Em seu discurso na Assembleia-Geral da ONU, presidente afirmou que desmatamento na Amazônia diminuiu 20% no último ano

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Por Ricardo Leopoldo
Atualização:

NOVA YORK - O presidente Michel Temer (PMDB) afirmou em seu discurso nesta terça-feira, 19, na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) que o compromisso do Brasil com o desenvolvimento sustentável "é de primeira hora". "Permeia nossas políticas públicas e nossa atuação externa", afirmou. Temer disse ainda que o desmatamento na Amazônia preocupa, mas está sendo combatido e já mostra resultados.

Em seu discurso na Assembleia-Geral das Nações Unidas em Nova York, o presidente Michel Temer ressaltou que o Brasil 'orgulha-se de ter a maior cobertura de florestas tropicais do planeta' Foto: Timothy A. Clary/AFP

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O presidente ressaltou que, em todas as frentes, o Brasil procura dar sua contribuição para os "Objetivos de Desenvolvimento Sustentável", que inclui o combate às mudanças climáticas.

"Seguiremos empenhados na defesa do Acordo de Paris. No ano passado, aqui mesmo em Nova York, depositei o instrumento de ratificação do Acordo pelo Brasil", lembrou. "Essa é matéria que não comporta adiamentos."

Ainda no discurso, o presidente ressaltou que o Brasil está na "vanguarda do movimento em direção a uma economia de baixo carbono" e destacou que a energia limpa e renovável representa mais de 40% da matriz energética brasileira. Esse porcentual é três vezes a média mundial. "Somos líderes em energia hídrica e em bioenergia", disse ele.

Ao falar do tema, Temer ressaltou que o Brasil "orgulha-se de ter a maior cobertura de florestas tropicais do planeta" e mostrou preocupação com o desmatamento.

"É questão que nos preocupa, especialmente na Amazônia", afirmou ele, destacando que o governo tem "concentrado atenção e recursos" para combater o desmatamento e que a estratégia já deu resultados. "Pois trago a boa notícia de que os primeiros dados disponíveis para o último ano já indicam diminuição de mais de 20% do desmatamento naquela região. Retomamos o bom caminho, e nesse caminho persistiremos."

Procurado pela reportagem, o Ministério do Meio Ambiente disse que desconhece o dado e que o valor oficial do desmatamento registrado entre agosto do ano passado e julho desse ano deve ser divulgado em outubro. A taxa é fornecida pelo sistema de monitoramento por satélite Prodes, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

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Temer pode ter se baseado em um levantamento paralelo, não oficial, feito pela ONG Imazon, que estimou uma redução de 21% no desmatamento deste ano, em relação ao período anterior.As informações do Imazon, porém, já foram descartadas pelo governo em outras ocasiões no passado quando o o monitoramento indicava alta da perda florestal.

Outra possibilidade é que a Presidência tenha feito uma estimativa com base nos dados de outro sistema de monitoramento do Inpe, o Deter, que fornece alertas em tempo real de onde podem estar ocorrendo desmates de modo a orientar a fiscalização em campo. O Deter indicou uma redução de 16% nos alertas no período de agosto de 16 a julho de 17, na comparação com o período anterior. De fato o monitoramento é útil para apontar uma tendência. Em geral, se ele aponta alta, o Prodes também vai trazer alta e vice-versa, mas ainda assim não é o dado oficial do desmatamento da Amazônia.

No ano anterior (agosto de 2015 a julho de 2016), o Prodes havia registrado um aumento do desmatamento da ordem de 27%, chegando a 7.893 km².

Comércio 

Após falar de questões climáticas e desmatamento, Temer ressaltou que outro importante vetor do desenvolvimento para o Brasil é o comércio. "Nosso engajamento é por um sistema de comércio internacional aberto e baseado em regras. Um sistema que tem por centro a OMC (Organização Mundial do Comércio) e seu mecanismo de solução de controvérsias."

Temer disse em seu discurso que na Conferência Ministerial de Buenos Aires, em dezembro, o Brasil terá que enfrentar pendências antigas. "São pendências que prejudicam, sobretudo, países em desenvolvimento." (Colaborou Giovana Girardi)

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