A proposta, divulgada ontem, permitiria que o Japão, a Noruega e a Islândia – que caçam baleias amparadas por várias exceções ao monitoramento imposto em 1986 – pescassem por dez anos, mas sob limites rígidos estabelecidos pela CIB, que reduziriam o volume total pescado no mundo.
O Japão propôs uma quota anual de 935 baleias minke da Antártica, que não estão em perigo de extinção, limite que cairia para 400 ao longo dos próximos cinco anos, e para 200 nos cinco anos seguintes. A caputra anual do País, de 320 indivíduos das espécies sei e mike em águas próximas do Japão, seria cortada para 210.
A proposta á uma tentativa de compromisso entre as nações pró-caça às baleias e os países que se opõem à atividade, como Estados Unidos e Austrália. A comissão argumenta que a permissão da pesca sob limites bem definidos ajudaria a melhorar o modelo atual de pesca, sobre o qual não há nenhum controle.
A CIB está preparando uma reunião geral em junho no Marrocos, onde a proposta será debatida.
Grupos ambientalistas apressaram-se em criticar a proposta que, segundo eles, poderia levar a um eventual retorno à pesca em larga escala que se viu no passado, que devastou muitas espécies.
“No momento, parece que as baleias estão fazendo todas as concessões, e não os baleeiros, e esta proposta mantém vivas as indústrias e condena as baleias”, disse o diretor do programa do Greenpeace no Japão, Junichi Sato, em um comunicado.
Apesar da moratória da pesca de baleias, de 1986, o Japão caça baleias por razões científicas. O excedente de carne é vendido para consumo, levando os críticos a tomar o programa como uma “maquiagem” para a pesca comercial. A Noruega e a Islândia também desafiam a proibição sob outras exceções. Juntas, elas capturam anualmente 3 mil baleias, dez vezes mais que em 1993.
A nova proposta da comissão sugere cotas específicas de captura para várias espécies.
Os oficiais japoneses foram cautelosamente a favor do esquema, que permitiria o País a caçar comercialmente baleias em águas próximas a sua costa.
“Uma quota de caça para as baleias minke na costa japonesa é nosso desejo a longo prazo e, sob a vigilância proposta pela comissão, esse desejo pode ser realizado”, disse um oficial da agência japonesa para a pesca, Toshinori Uoya.
O ministro das relações exteriores da Nova Zelândia, Murray McCully, disse que a proposta da CIB não atende às expectativas do seu país, que quer um avanço significativo com relação à situação atual e o comprometimento com o fim da caça às baleias no Oceano Austral.
“Os limites de pesca propostos para o Oceano Austral não são realistas. A proposta de incluir na quota as baleias comuns, que estão ameaçadas de extinção, são incendiárias. Os neo zelandeses não vão aceitar isso”, disse ele.
A comissão foi formada em 1946 para lidar com questões relativas à pesca de baleia e tem 88 países-membro.