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Comissão Internacional da Baleia aprova proposta contra o suborno

Com esse item fora da agenda, organização pode discutir criação do Santuário de Baleias do Atlântico Sul

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Por Redação
Atualização:

A Comissão Internacional da Baleia (CIB) aprovou ao fim da tarde desta quarta-feira (horário local), por consenso, uma proposta da delegação britânica para aumentar a transparência na organização. A informação foi dada por Marco Calvo, um dos representantes da Sociedade Mundial de Proteção Animal (WSPA) presente à reunião na ilha de Jersey, pertencente ao Reino Unido. Pela proposta, os países-membros deverão pagar suas contribuições à organização por meio de transferências bancárias. Uma reportagem do The Sunday Times publicada em 2010 mostrou que o Japão, maior consumidor de carne de baleia do mundo, pagaria as taxas de países pobres em troca de apoio. O Japão nega todas as acusações. Mas a medida pode não ser suficiente, porque delegados japoneses teriam oferecido não apenas pagar as taxas, mas também passagens de avião e diárias de hotel – mais difíceis de serem rastreadas. A reunião deste ano ocorre no Hotel de France, que oferece quartos a partir de R$ 380 e tem spa, sala de ginástica, salão de beleza e um serviço de câmbio. Jornais como o Guardian relatam que a ilha de Jersey é um paraíso fiscal.De acordo com Marco Calvo, a maior parte dos discursos feitos contra a proposta britânica foi feita por delegações da África e do Caribe.Proposta brasileiraOutra proposta britânica, que aumentaria a participação de organizações não-governamentais nas reuniões, foi rejeitada. Com esses itens fora da agenda, a CIB pode avaliar a criação do Santuário de Baleias do Atlântico Sul. Em discussão desde 2001, o tema, apresentado por Brasil e Argentina, nunca atingiu os 3/4 dos votos exigidos. “Defendemos que o assunto seja amplamente discutido”, diz Marcus Paranaguá, delegado do Brasil na reunião. “Caso não seja possível obter consenso, vamos avaliar a conveniência política de levar o assunto a voto.” A organização tem 89 membros, mas 33 faltaram à reunião. Dentre eles, Costa do Marfim, Guiné, Ilhas Marshall e Tanzânia – todos fiéis aliados do Japão. Como o país sofreu um tsunami em março, a expectativa, segundo o repórter da BBC Richard Black, era que o tom das críticas neste ano por parte dos conservacionistas fosse mais suave.

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