Carlos Minc compara desmatamento ilegal com faroeste

Ministro do Meio Ambiente também chamou a atenção para o desmatamento ao longo dos rios

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Por Fabiana Cimieri
Atualização:

O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, comparou nesta segunda-feira, 27, a situação de desmatamento ilegal no norte do País com um faroeste. "Estive semana passada em Altamira (PA), onde leiloamos seis mil metros cúbicos de madeira ilegal. Havia áreas públicas invadidas, um prefeito juntou 60 pessoas e tacou fogo num plano de manejo sustentável do Ministério do Meio Ambiente. Vi homens do grupo que assassinou a irmã Dorothy (a missionária Dorothy Stang, assassinada em 2005), ajudando grileiros a ocupar terras do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária). É um faroeste", disse o ministro, antes de participar de consulta pública sobre o Plano de Mudança Climática na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).    Maiores desmatadores do País derrubam 520 mil hectares em 4 anos A evolução do desmatamento na Amazônia   Ele também chamou a atenção para o desmatamento ao longo dos rios, feito pela população ribeirinha. Segundo o ministro, a cada dois quilômetros ao longo da transamazônica há um cais e, atrás dele, o equivalente a até quatro campos de futebol desmatados.   "Como vamos controlar centenas de ribeirinhos, que não têm alternativa de trabalho e têm uma floresta nas costas", questionou Minc, acrescentando que a solução é colocar em prática um plano de manejo florestal sustentável, criar e pagar por serviços ambientais prestados e desenvolver uma piscicultura de peixes da Amazônia.   O ministro também voltou a dizer que os dados sobre o desmatamento no mês de setembro, que serão anunciados nos próximos dias, devem ficar abaixo da média tanto em relação ao mesmo mês do ano passado, quanto em relação à média de junho, julho e agosto de 2008. De acordo com Minc, a média de junho, julho e agosto, os três primeiros meses de sua gestão e, historicamente, os piores em termos de desmatamento, foi de 650 quilômetros quadrados por mês - a menor média desde 2004, quando o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) passou a monitorar em tempo real a destruição na floresta amazônica.

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