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Calor extremo pode transformar sul da Ásia em um lugar inabitável em 2100

Temperatura e umidade poderão alcançar níveis que superam a capacidade humana de sobreviver sem proteção

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Por Redação
Atualização:
Onda de calor na ìndia já deixou milhares de mortos Foto: AFP Photo / Money Sharma

O calor extremo provocado pelo aquecimento global ameaça transformar o sul da Ásia, onde vive um quinto da humanidade, em um lugar inabitável em 2100 se não forem tomadas medidas para reduzir os gases de efeito estufa, segundo um estudo publicado nesta quarta-feira, 2.

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"O aumento das temperaturas e da umidade no verão poderia alcançar níveis que superam a capacidade humana de sobreviver sem proteção", disseram os pesquisadores, cujo trabalho foi publicado na revista norte-americana Science Advances.

"Estas ondas de calor mortal poderiam inclusive ocorrer em poucas décadas em regiões da Índia, Paquistão e Bangladesh, incluindo as bacias férteis dos rios Indo e Ganges, que produzem grande parte dos alimentos da região", advertem os cientistas.

Em 2015, a quinta onda de calor mais mortal da história afetou grande parte da Índia e do Paquistão, deixando cerca de 3.500 mortos.

Várias pesquisas no sul da Ásia estabeleceram um vínculo entre a mudança climática e a frequência de ondas de calor e seu impacto na saúde humana.

Mas anteriormente não haviam sido feito prognósticos de "calor úmido" asfixiante e seus efeitos sobre a capacidade do organismo humano de se adaptar, explicam os pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e da Universidade Loyola Marymount em Los Angeles.

Para estas projeções, o estudo utiliza duas simulações climáticas baseadas nos últimos modelos matemáticos de circulação de correntes mundiais.

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Os autores constataram que ao não reduzir as emissões de dióxido de carbono (CO2), as temperaturas médias de calor úmido no verão se aproximarão de 35°C na maior parte do sul da Ásia de agora até o fim do século, um limite além do que o organismo humano suportar. Em alguns lugares o calor superará a média de 35°C.

Inclusive com o cenário que prevê uma redução das emissões de CO2 similar àquela que se comprometeram os países signatários do Acordo de Paris sobre o clima em 2015, as temperaturas superarão os 31°C, considerados como perigosos para a saúde.

"Esperamos ser capazes de evitar estas duras projeções", disse Elfatih Eltahir, professor de engenharia ambiental no MIT e um dos autores principais da pesquisa. "Não é algo que seja inevitável". /AFP

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