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Brasil busca documento final 'ambicioso', diz secretário

Parte dos países em desenvolvimento resiste a assumir compromissos com a 'economia verde'

Por Marta Salomon
Atualização:

BRASÍLIA - Diante da expectativa de fracasso na Rio+20, um dos principais negociadores brasileiros na Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, embaixador Luiz Alberto Figueiredo, disse ontem que o Brasil trabalha numa declaração final "ambiciosa e digna da presença de chefes de Estado". A presidente Dilma Rousseff está pessoalmente engajada na tarefa de trazer ao Rio, em junho, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, apurou o Estado. "Temos obrigação de pensar grande", disse o secretário executivo da Comissão Nacional para a Rio+20. Um dos principais resultados esperados para a conferência é a definição de Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, em torno dos quais todos os países das Nações Unidas assumiriam compromissos. As metas sobre a produção de energia mais limpa, consumo sustentável de recursos naturais e redução da pobreza, entre outras ainda não definidas, seriam monitoradas a partir de 2015. O consenso exigido em torno de declarações finais de conferências de Nações Unidas, no entanto, está longe de estar garantido. Parte dos países em desenvolvimento reunida no grupo dos 77, do qual o Brasil faz parte, por exemplo, resiste a assumir compromissos com a chamada economia verde. "Queremos mostrar que cada país encontrará sua via no caminho para o desenvolvimento sustentável", disse o embaixador. A ideia dos negociadores é evitar que a busca do desenvolvimento econômico, social e ambientalmente sustentável dê margem à imposição de barreiras comerciais que prejudiquem países menos desenvolvidos do ponto de vista tecnológico. Por ora, os negociadores promovem rodadas de debates sobre o documento final da conferência. A versão atual não foi tornada pública. Ela será alterada até o início da reunião de alto nível, com os chefes de Estado, a partir do dia 20 de junho. Nessa etapa, também haverá a participação da sociedade civil, por meio de grupos temáticos.

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