A fala da presidente Dilma Rousseff na abertura da COP 21 foi obscurecida pela coincidência de importantes líderes políticos se manifestarem ao mesmo tempo. Mas a pouca atenção que o discurso da brasileira despertou não significa que o Brasil esteja em condição desfavorecida na negociação.
Dilma falou no início da tarde, justo no momento em que em outra sala a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, tomava o púlpito. Parceira de primeira hora da França, anfitriã do evento, na União Europeia, a chanceler atraiu as atenções. O discurso de Merkel foi o que parou em todas as TVs. Não bastasse, enquanto Dilma falava o presidente da Rússia, Vladimir Putin, assumiu a palavra na sala da alemã - e o foco.
Mas logo depois o acordo selado com a Noruega, para prorrogação por mais quatro anos do Fundo da Amazônia, com recursos assegurados de US$ 650 milhões, repercutiu bem, como se a COP 21 já gerasse efeitos positivos. Mais tarde, Dilma foi um dos líderes convidados a participar da iniciativa Mission Innovation, na mesma foto com Barack Obama, François Hollande, David Cameron e Shinzo Abbe.
Outro fator que pode reforçar a posição brasileira é o retorno do ex-ministro das Relações Exteriores Luiz Alberto Figueiredo, convidado de Dilma. Negociador da COP 15, em 2009, ele ainda é referência internacional no tema.